A crise está instalada de vez no Flamengo. Novamente apresentando um futebol bem aquém do esperado no Maracanã, com enorme desorganização, a equipe somou o terceiro tropeço seguido no Brasileirão e vai desperdiçando chances de ficar em boas condições na briga pelo título. Totalmente perdido, levou 2 a 0 do Ceará e deixou o técnico Rogério Ceni pressionado.
Com apenas dois meses de Flamengo, o treinador vê sua situação se complicar após só conquistar um ponto nos últimos nove, com duas derrotas consecutivas.
Assim como no primeiro turno, o Flamengo repete a derrota por 2 a 0 diante de um aguerrido Ceará. Os visitantes marcaram muito bem, pouco sofreram e merecerem o resultado positivo.
O Flamengo chegou ao Maracanã sob cobrança dos torcedores de organizadas, que espalharam faixas no entorno do estádio. Todas mostrando muita indignação com o futebol apresentado pela equipe nas últimas rodadas. “Diretoria, queremos resposta”, “Chega de desculpas”, “10 dias de treino, zero evolução”, “2019 acabou”, “Planejamento amador” e “Omissão”, eram o conteúdo das faixas. Pressionavam os dirigentes e questionavam o trabalho de Rogério Ceni.
Ciente que necessitava mexer na equipe após dois tropeços, o contratado treinador optou por três mudanças. A mais chamativa foi a troca de Gabriel Barbosa por Pedro. Ainda apostou em César, no gol e Gustavo Henrique de volta à defesa.
Com somente cinco minutos, seu novo “xerifão” já recebeu amarelo por falta dura em Cléber. Pedro mal pegou na bola e César já era vazado. Logo aos 13 minutos, Vina recebeu de Léo Chú, bateu cruzado e colocou os cearenses em vantagem, atrapalhando os planos de Ceni.
O Flamengo, mais uma vez, pecava na armação das jogadas, esbarrava na marcação e pouco criava. Só chegou pela primeira vez aos 26, com tabela entre Arrascaeta e Pedro com o uruguaio parando em bela defesa de Richard.
O forte calor de 32º C no Rio obrigou a arbitragem a fazer a parada técnica para reidratação. Chance de ouro para Ceni reorganizar a equipe diante de marcação forte. Falou, gesticulou, orientou e, mesmo assim, quem ameaçou foi Vina, em contragolpe em alta velocidade.
Apático e confuso no ataque e exposto atrás, o Flamengo só tocava, tocava e não criava. Para piorar, o volante Gerson recebeu o terceiro cartão amarelo e não encara o Goiás na próxima rodada. Em mais uma apresentação fraca, foi ao intervalo cabisbaixo. Ceni saiu com cara de poucos amigos.
Voltou com ousadia, sacando Gustavo Henrique para a entrada de Diego Ribas. Queria maior agressividade. Virou um ataque contra defesa de um lado só do campo. Sufocante e com mais atitude, o Flamengo chegou bastante na frente. Mas Gerson, Arrascaeta, Everton Ribeiro, todos mandaram pelo alto as finalizações. Assim como Pedro, cara a cara, falhando na melhor chance até então, aos 22 minutos.
Sem saída, Ceni chamou Gabriel. Com o “rival” da posição no aquecimento, Pedro voltou a desperdiçar oportunidade. Richard salvou, mas quem saiu foi Everton Ribeiro. Pedro fez a trinca de gols perdidos logo depois. A bola do atacante parecia não querer entrar de jeito algum.
O Flamengo chegou aos minutos finais completamente desorganizado, sem lateral-direito, sem zagueiro e com um amontoado de jogadores na frente. Mesmo poluindo o ataque, Ceni viu o Ceará aproveitar bem mais um contragolpe e fechar a conta com Kelvyn, aos 44.
FICHA TÉCNICA
FLAMENGO 0 x 2 CEARÁ
FLAMENGO – César; Isla (Vitinho), Rodrigo Caio, Gustavo Henrique (Diego Ribas) e Filipe Luís (Renê); William Arão, Gerson, Éverton Ribeiro (Gabriel Barbosa) e Arrascaeta; Bruno Henrique e Pedro (Rodrigo Muniz). Técnico: Rogério Ceni.
CEARÁ – Richard; Eduardo, Tiago (Klaus), Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Fabinho (William Oliveira), Fernando Sobral e Lima (Charles); Léo Chú (Saulo Mineiro), Vina e Cléber (Kelvyn). Técnico: Guto Ferreira.
GOLS – Vina, aos 13 minutos do primeiro tempo; Kelvyn, aos 44 minutos do segundo tempo.
ÁRBITRO – Paulo Roberto Alves Júnior (PR).
CARTÕES AMARELOS – Gustavo Henrique, Diego e Gerson (Flamengo) e Richard (Ceará).
RENDA E PÚBLICO – Jogo disputado com portões fechados.
LOCAL – Maracanã, no Rio (RJ).