Os trinta e sete filhotes de tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) foram soltos no mar em Salvador, Bahia, no último final de semana. A espécie está em extinção e os filhotes recém-nascidos representam uma grande esperança.
O nascimento ocorreu após os ovos enterrados terem sido encontrados na praia da Barra, que estava fechada devido às restrições impostas por conta da pandemia do novo corona vírus.
Segundo o Projeto Tamar, a tartaruga mãe botou cerca de 80 ovos na praia, que, antes da pandemia era uma das mais movimentadas de Salvador.
Os ovos foram recolhidos por voluntários e levados para o cercado de incubação na base de Arembepe, no município de Camaçari. O local em que o ninho estava depositado é considerado uma área de risco para o desenvolvimento dos filhotes, devido a iluminação artificial e ao trânsito de pessoas.
A taxa média de aproveitamento dos ovos varia entre 70% e 80%, o que explica por que nem todos eles puderam gerar filhotes saudáveis o suficiente para serem libertos no oceano.
A desova das tartaruguinhas da Barra é algo raro e histórico. Há 20 anos esse fato não acontecia porque, de acordo com o diretor do Instituto de Biologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), professor Francisco Kelmo:
“As características físicas da praia da Barra não são as prediletas das tartarugas, principalmente pelo declive. O ovo tem que ser colocado num local seco. Quando a maré enche, encobre toda a faixa estreita de areia e provavelmente o processo reprodutivo seria prejudicado”, afirma ele.