Um homem que se apresentava nas redes sociais como delegado da Polícia Civil foi detido, na semana passada, quando visitou a delegacia que abriga o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra) e o Departamento de Operações Policiais Estratégicas (Dope), na capital paulista.
Mesmo na delegacia, ele se apresentou como delegado e disse para um dos policiais que era responsável pelo 91º Distrito Policial (DP) e que tinha ido ao local para doar álcool gel, máscara e luvas. O falso delegado queria entregar os materiais para um delegado do Garra, que estava em folga.
O homem, que tem 32 anos, trajava camiseta da polícia civil e portava um distintivo de Delegado de Polícia, pendurado na altura da cintura. Porém, estava sem qualquer arma ou coldre.
O policial que o atendeu pediu que ele aguardasse e, mesmo assim, ele entrou numa área que é restrita a policiais e permaneceu conversando com agentes da unidade. O policial que fez o atendimento inicial mandou no grupo de mensagens dos plantonistas a informação para que o delegado em folga se interesse da situação. Minutos depois, a autoridade policial respondeu e comunicou da possível farsa do suspeito.
Com a informação, o policial abordou o falso delegado e aguardou a chegada do verdadeiro delegado, o que estavam em folga. Os policiais descobriram que o mesmo homem, que é advogado, já tinha visitado por duas vezes o prédio do Dope e se identificou como delegado apenas com a finalidade de ingressar na área interna restrita dos policiais civis e ali circular e ser tratado como policial. No sistema policial, o nome do suspeito não constava como servidor lotado na Secretaria de Segurança Pública.
A Polícia Civil checou ainda que o advogado se passava por delegado havia algum tempo, pois, em suas redes sociais, havia fotos dele com uniforme da Polícia Civil. Além do uniforme e do distintivo encontrados com o falso delegado, no carro dele foram localizados colete balístico e outros utensílios de uso policial, como algema, lanterna, caneta quebra vidro, faca, coldre e spray de pimenta.
O advogado foi qualificado e responde em liberdade por falsa identidade e uso ilegítimo de uniforme ou distintivo.