Em entrevista nos estúdios do Rápido no Ar, o ex-prefeito de Limeira, Mário Botion, falou pela primeira vez com a nossa reportagem, desde o fim do mandato (31/12), sobre o balanço financeiro da gestão, o andamento de obras, com destaque para o Mercado Municipal e seus planos para 2026. Ele disse ter permanecido nove meses afastado “por respeito à nova administração” e prometeu voltar a se posicionar sobre temas da cidade.
Botion afirmou que sua gestão pagou R$ 370 milhões em dívidas de governos anteriores, citando passivos do antigo Banespa (acordo reduzido de quase R$ 320 milhões para cerca de R$ 132 milhões), ações trabalhistas e precatórios. Segundo ele, o estoque de precatórios teria saído de R$ 38 milhões (2016) para perto de R$ 280 milhões ao fim de 2024, “todos de períodos anteriores”, e pagos mensalmente via Tribunal de Justiça.
No IPML, disse ter encontrado “perto de R$ 300 milhões em caixa” e deixado “cerca de R$ 870 milhões”, ressaltando governança por conselho com representantes de servidores, aposentados, sindicato e Câmara.
Sobre o Mercado Municipal, Botion afirmou que nunca prometeu a reabertura total até o fim do mandato. Disse que a Prefeitura executou sua parte: infraestrutura, fundações, piso, hidráulica do piso, pilares e cobertura, com recursos do Finisa e licitação concluída. A etapa interna (divisões, elétrica, hidráulica dos boxes) seria responsabilidade dos proprietários, que detêm cerca de 60% do investimento total, a Prefeitura responde por áreas comuns (ruas internas e sanitários). Ele também relacionou a obra dos piscinões no entorno como intervenção de drenagem independente da reconstrução do mercado.
Botion disse que pretende concorrer a deputado estadual em 2026 e defendeu que Limeira eleja representantes locais para a Assembleia e para a Câmara Federal. Ao comentar a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro no STF, afirmou não entrar no mérito de culpa, mas criticou a competência do Supremo para julgar “cidadão comum” em primeira instância e a dosimetria aplicada a manifestantes condenados por vandalismo; defendeu punição a quem depredou patrimônio e disse esperar pacificação e debate sobre anistia no Congresso.
Ele confirmou ter aceitado convite do governo do estado, intermediado por Gilberto Kassab para atuar na diretoria de convênios do escritório regional do Estado em Campinas, com foco técnico na tramitação e acompanhamento de convênios de 90 municípios.



