Na década de 1980, um carro conseguiu unir todas as tribos e se tornar unanimidade nos sonhos de consumo dos brasileiros: o Ford Escort XR3 – em particular, sua versão conversível, lançada em 1985. Na época, o modelo chegou a ser considerado símbolo máximo de status.
Em 1982, o mundo vivia uma época mágica. E.T., Rambo, Poltergeist e Carruagens de Fogo estreavam no cinema; Michael Jackson ensinava a dançar Thriller; Paul McCartney e Stevie Wonder eternizavam o dueto Ebony & Ivory. Enquanto tudo isso acontecia, os engenheiros da Ford trabalhavam duro para encontrar uma resposta para o VW Golf GTi, que estava vendendo mais que pãozinho quente, e para o Peugeot 205 GTi. Foi assim que nasceu uma lenda entre os carros hatch: o Escort XR3i.
Baseado no XR3, esse modelo tinha uma dirigibilidade aprimorada e motor 1.6L com injeção eletrônica, que garantiu ao carro a potência de 105bhp (equivalente a cerca de 106cv). Ele ia de 0 a 100 km/h em menos de nove segundos e atingia a velocidade máxima de 193 km/h, o que fez do hatch esportivo um dos veículos para a família mais rápidos do mundo.
Fabricado pela Ford em Saarlouis, na Alemanha, o XR3i trazia rodas de liga leve com design “trevo de quatro folhas” e spoilers dianteiros e traseiros em preto, com versões de duas portas (com capota) ou conversível (cabriolet, para os íntimos). A imprensa especializada o considerou uma opção “inteligentemente diferenciada” ao Escort tradicional.
O modelo recebeu um facelift em 1986 e, em 1992, passou o bastão para o Escort Mk5, ganhando um design mais alongado e refinado, próprio de um sedã de médio porte.
O selo XR estampou a traseira de outros carros da marca, como o Fiesta e o Sierra, mas a origem do termo data de quase 20 anos antes, com o lançamento do Mercury Cougar XR-7 de 1967 – aliás, outro clássico de encher os olhos.