A mãe de um paciente psiquiátrico, que estava internado no Hospital Humanitária, em Limeira (SP), desde o dia 12 deste mês, procurou a polícia, na última quarta-feira (18), para prestar queixa contra um enfermeiro que, segundo ela, tomou o celular da mão de seu filho, um adolescente de 15 anos, sendo que, de acordo com ela, o uso – dentro do quarto – teria sido autorizado por uma médica já que o celular o deixaria mais calmo.
A mulher também se queixa que foi obrigada a tirar o filho do hospital, mediante insistência do tal enfermeiro em dar alta para seu filho, sem que ela tivesse assinado qualquer documento.
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Eva Sebastião da Silva, de 41 anos, em entrevista ao Rápido No Ar, e conforme o que relatou no Boletim de Ocorrência, disse que o episódio no hospital aconteceu na noite de segunda-feira (17), durante a troca de acompanhante.
Ela contou que seu filho faz tratamento o CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e que uma médica o encaminhou para internação, na Humanitária, até que saísse uma vaga numa clínica psiquiátrica.
De acordo com a mãe, a médica liberou o celular para seu filho, durante a internação, porque ele queria ir embora e o celular iria distraí-lo. Ela (médica) só pediu para que ele não saísse com o celular no corredor, sendo que o adolescente teria obedecido.
“Quando trocou o plantão, o enfermeiro disse que não era para ficar com o celular. Minha sogra, que estava com meu filho, respondeu que foi ordem da médica, mas, segundo ela, o enfermeiro disse que não podia, então tomou o celular do meu filho e da minha sogra dizendo que ele estava de alta”, declarou.
“Cheguei para fazer a troca e tirei os celulares dele (do enfermeiro) dizendo que não podia pegar nossos pertences. Foi quando ele disse que meu filho estava de alta e nos mandou embora. Pedi o papel da alta para assinar e ele se recusou dizendo que meu filho estava de alta porque, ali, não poderia ficar com o celular”, disse a mulher que, neste momento, segundo ela, já havia guardado o celular do filho.
“Achei um absurdo porque meu filho estava aguardando vaga para um hospital psiquiátrico. Isso, fora as condições precárias do prédio. Acho muita falta de respeito com os pacientes que ficam na ala de Psiquiatria”.
Eva disse que conversou com o chefe de Enfermagem da Ala de Psiquiatria, o qual falou que não conhece muito bem esse enfermeiro e que iria tomar providências. “Esse chefe também me falou que eu teria que estar assinando um papel, para retirar meu filho do hospital, mas expliquei que eu não estava fazendo isso e que ele nem podia sair dali, mas que quem nos mandou embora foi o enfermeiro”, enfatizou.
“Este chefe da Enfermagem não tomou nenhuma providência e me respondeu que não poderia fazer nada”. Embora conste no Boletim de Ocorrência que teria havido evasão por parte da mãe, Eva nega e reafirma que foi o enfermeiro quem declarou que seu filho estava de alta.
A mãe disse que o enfermeiro também queria o celular dela, mas que não entregou. Diante da confusão, a Guarda Civil Municipal (GCM) foi acionada e a ocorrência foi registrada na Polícia Civil. “Agora não sei como vai ficar, porque não me entregaram o relatório da internação dele, que eu preciso, e meu filho está em casa. O pessoal do CAPS está indo em casa dar medicação para ele, porque é um caso grave”.
A reportagem tentou contato com o hospital que, no momento, não quis manifestar-se. O espaço continua aberto.