Um João Vallim tímido no microfone em seu discurso de agradecimento e ao mesmo tempo bastante emocionado, com um filme passando em sua cabeça. Não é à toa, o treinador ganhou a maior honraria para quem não nasceu na cidade: o título de Cidadão Limeirense.
Pena que o plenário da Câmara Municipal não estava cheio. O treinador deu azar que a própria Internacional jogava no mesmo horário contra o Maringá, no Paraná, pela Série D do Campeonato Brasileiro. Desta forma, a torcida que sempre o apoiou e que constantemente pede sua volta, não marcou presença. Não ouvimos os gritos de “É João Vallim”.
João Mourinho, apelido que ganhou do saudoso repórter Naldo Dias, relembrou o dia que chegou na Internacional em 2016, o apoio que teve de Celso Potechi, presidente da época e principalmente, de suas conquistas.
Primeiro, Vallim livrou a Inter do rebaixamento quase certo para a Segundona em 2016, com uma vitória por 2 a 1 diante do Primavera, em Indaiatuba. Depois, levou o Leão da Série A-3 para a A-2 em 2017 e em seguida para a Série A-1 em 2019. Sem contar o vice da Copa Paulista de 2017 e a vaga inédita para a Copa do Brasil de 2018.
Vallim é o terceiro treinador que mais comandou o Leão na história. São 110 jogos, com 49 vitórias, 30 empates, 31 derrotas, 154 gols marcados e 124 sofridos. Só está atrás de Pepe, com 119 jogos e de Paçoca com 113.
Já com o título de Cidadão Limeirense em mãos, o treinador afirmou que por onde passa as pessoas sempre se referem a “João Vallim da Inter de Limeira”.
“Ganhei a Inter como sobrenome. Você não tem ideia do quanto estou feliz com esse título. Esse reconhecimento é muito valioso. Sempre dei o melhor de mim. Tenho certeza que minha história no clube ainda não terminou. Um dia eu voltarei a comandar a Inter. Pode esperar, vou bater todos os recordes, números e tabus possíveis. Nasci para comandar a Inter”, afirmou, emocionado.
O secretário de esportes Luiz Augusto Zanon representou o prefeito na solenidade e disse que um título como esse que Vallim recebeu é muito mais importante até do que uma conquista dentro de campo. “Sempre fui esportista e sei do que estou falando. Foi muito merecido”, cravou.
O ex-vereador Clayton Silva justificou o título que deu a João Vallim dizendo que o treinador honrou o clube desde 2016 e fez a Internacional voltar para a divisão de elite em quatro anos. “Somos muito gratos a tudo o que ele fez nesse período. O trabalho dele foi de excelência. E eu tive a honra de acompanhar tudo de perto”, frisou.
Celso Potechi viajou mais de mil quilômetros para prestigiar a entrega da honraria ao seu amigo João Vallim. “Nossa amizade é maravilhosa. Nos abraçamos, nos beijamos e nos emocionamos relembrando tudo o que passamos juntos. Até estamos combinando de marcar um reencontro com todo aquele grupo vitorioso do acesso”, confidenciou.
O ex-vereador Estevão Nogueira foi o responsável pela entrega da Medalha de Mérito Cívico XV de Setembro “Ordem Tatuiby” aos limeirenses Nata, volante e PC, lateral-esquerdo, fundamentais naquele acesso na famosa Batalha do Barão da Serra Negra. “Essa homenagem era para ter sido feita em 2019, mas entrou a pandemia da Covid-19. Missão cumprida agora com a entrega. São merecedores. Hoje o Nata é pastor e o PC um grande professor. São exemplos para a cidade”, afirmou.
Nata estava feliz pelo reconhecimento.
“Sou da cidade e pude viver tudo isso. Tenho a honra de ter ajudado meu time do coração a voltar para a divisão de elite. Um sonho realizado. Outra coisa Edmar Ferreira, recebi de você a medalha por estar entre os melhores volantes da história do clube. É uma enorme satisfação. Tudo o que eu semeei, graças a Deus eu colhi. Só tenho que agradecer e louvar a Deus por tudo isso”, comentou.
PC por sua vez, marcou o segundo gol mais importante da Inter naquela Série A-2 de 2019, o do empate por 2 a 2 contra a Portuguesa Santista, no Ulrico Mursa, aos 52 minutos do 2º tempo, pelas quartas de final. O mais importante foi do meia Élvis no fim do jogo contra o XV de Piracicaba na Batalha do Barão (2 x 2), levando a decisão para os pênaltis.
PC relembrou que quando voltou do futebol goiano em 2019 estava pensando em encerrar a carreira, mas foi convencido pelo amigo Du Guerreiro, irmão do volante Nata, que poderia ser o lateral-esquerdo da Inter na A-2.
“O Du intermediou tudo com o Edilson Santos, na época auxiliar do Vallim. Fiz dois treinos apenas no Limeirão e o mister já pediu a minha contratação. Tudo é de Deus e eu pude fazer parte desta linda história de acesso. Aquele ano foi diferente. Nossa fé era muito forte. Não tinha como dar errado. A gente mereceu subir. E o Vallim merece toda essa honraria”, contou.