O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que o governo do Estado irá implementar, a partir do dia 17 deste mês, o programa “Alimento Solidário”, que distribuirá 1 milhão de cestas básicas para 4 milhões de paulistas em situação de extrema pobreza. Segundo informou o governador, o investimento inicial de R$ 110 milhões destinado à iniciativa partiu do setor privado, entre empresas nacionais e internacionais.
Doria ainda afirmou que a cesta, composta com o auxílio de uma equipe de nutricionistas do Hospital Israelita Albert Einstein, tem capacidade para alimentar uma família de até 4 pessoas por um mês. Os cidadãos beneficiados pela iniciativa serão aqueles que estão no Cadastro Único, gerido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social, responsável pela criação do programa.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento Econômico do Estado, Patricia Ellen, o Alimento Solidário faz parte de um conjunto de três frentes de apoio social à população mais pobre de São Paulo, que enfrenta os impactos da pandemia do novo coronavírus. As outras iniciativas dessa frente, segundo Ellen, são o programa Merenda em Casa, que repassa às famílias o valor das merendas destinadas aos alunos do sistema público de ensino, e a distribuição de produtos de higiene pessoal que ajudam a conter o alastramento do coronavírus, como o álcool em gel, à população mais pobre.
Isolamento e leitos
Presente na coletiva de Doria, o coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo e médico infectologista David Uip disse que os leitos no Estado, oferecidos para o tratamento da covid-19, serão suficientes para a demanda da crise, desde que seja ampliado o distanciamento social.
Segundo Uip, é necessário aumentar o índice de distanciamento social de 54% para a meta de 70%. “Se não aderirmos, teremos maiores dificuldades na disponibilidade de leitos”, disse o médico.
De acordo com Doria, abril “é o mês mais agudo do coronavírus”. “Não podemos flexibilizar o isolamento social”, reforçou o tucano, na entrevista concedida no Palácio dos Bandeirantes.
Testes
O secretário de Saúde de São Paulo, José Henrique Germann, afirmou que existe uma fila de 17 mil exames no Estado para o diagnóstico de infecção pelo novo coronavírus. Segundo o secretário, na última semana foram gastos os insumos necessários à realização dos exames e o governo agora tem comprado os exames prontos.