O dólar terminou a sessão desta terça-feira, 31, em baixa, devolvendo parte do forte ganho registrado na véspera e após a formação da Ptax do último dia do mês. Segundo profissionais do mercado, o clima de incertezas em relação à agenda de reformas, em especial a da Previdência, impediu um recuo maior da moeda americana nesta terça-feira. Em outubro, no entanto, a moeda fechou com valorização de 3,32%, a maior alta porcentual mensal desde a eleição de Donald Trump, em novembro do ano passado, quando subiu 6,18%.
O dólar à vista o pregão fechou em baixa de 0,51%, a R$ 3,2716. O volume financeiro foi de US$ 923,711 milhões. Na mínima, atingiu R$ 3,2650 (-0,71%) e, na máxima, R$ 3,3021 (+0,42%). Já a taxa Ptax de hoje fechou em R$ 3,2769, em alta de 0,68%. A última Ptax de cada mês é utilizada como referência para liquidação de contratos futuros de câmbio.
“Passada a formação da Ptax de outubro, o dólar corrigiu excessos recentes, em que o mercado reagiu mal ao placar da segunda denúncia contra o presidente Michel Temer”, disse Ricardo Gomes da Silva, diretor da corretora Correparti. A segunda denúncia foi derrubada com número menor de votos favoráveis ao presidente em relação à primeira. Essa perda de apoio a Temer, que pode ter impacto da votação das reformas, levou à saída de investidores da bolsa, que buscaram proteção no dólar, explica Gomes da Silva.
No cenário externo, a perspectiva de aprovação da reforma tributária apresentada pelo presidente Donald Trump, que deve estimular a economia americana, afasta a possibilidade de o dólar voltar a ser negociado abaixo do patamar de R$ 3,20 no curto prazo. Trump disse hoje estimar que o Congresso aprove a reforma tributária até o fim de novembro e que a promulgação da lei deve ocorrer “até o Natal”. “Essa queda do dólar vista nesta terça é muito pequena em relação ao fechamento de ontem”, afirmou Bruno Foresti, gerente de câmbio do Banco Ourinvest, destacando que a forte alta do dólar em relação ao real neste mês foi influenciada também pela possível reforma tributária nos EUA. Para ele, o dólar deve continuar oscilando entre R$ 3,20 e R$ 3,30.
Por Eulina Oliveira