A moeda norte-americana atingiu R$ 6,07 nesta sexta-feira (6), marcando o maior valor nominal desde a criação do Plano Real. A alta foi impulsionada por dados surpreendentes sobre a criação de empregos nos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, também sofreu, encerrando o dia com uma queda de 1,5%, abaixo dos 126 mil pontos.
Dólar em alta: impacto dos dados dos EUA
O dólar comercial iniciou o dia em leve baixa, mas inverteu a tendência após a divulgação do relatório de emprego norte-americano, que apontou a criação de 227 mil vagas em novembro no setor não-agrícola. O número superou amplamente as previsões de mercado e sinalizou a recuperação da economia dos EUA, diminuindo a possibilidade de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.
Com isso, a moeda fechou o dia cotada a R$ 6,071, acumulando alta semanal de 1,02% e de 25,1% em 2024.
Ibovespa pressionado
O índice Ibovespa, que reflete as principais ações negociadas na B3, teve um desempenho negativo, caindo para 125.946 pontos. A bolsa foi afetada tanto pela valorização do dólar quanto pelo pessimismo com a tramitação do pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional.
A resistência de parlamentares em aprovar mudanças no Benefício de Prestação Continuada (BPC) foi vista como um risco à agenda fiscal do governo, gerando desconfiança entre investidores.
Cenário global e impactos no Brasil
A recuperação dos EUA e a possível manutenção dos juros altos no país colocam pressão adicional nas economias emergentes, que podem sofrer com a fuga de capitais. No Brasil, o dólar em alta encarece as importações, afeta o custo de vida e pressiona a inflação.
Por outro lado, as exportações brasileiras podem se beneficiar, já que produtos nacionais se tornam mais competitivos no mercado internacional.