Dois policiais militares de Piracicaba (SP) foram presos, na manhã desta terça-feira (24), temporariamente, e outros quatro afastados de suas funções. Os seis PMs são investigados pelo assassinato de Gabriel Junior Oliveira Alves da Silva, 22 anos, morto com um tiro na cabeça, na noite de 1º de abril, na região do bairro Vila Sônia, durante uma abordagem policial.
.A operação foi realizada pelo Ministério Público de Piracicaba, tendo à frente o 2º promotor de Justiça Aluisio Antônio Maciel Neto, que contou com apoio da Corregedoria da Polícia Militar de São Paulo. No dia em que Gabriel foi morto, os policiais que estavam no local alegaram que ele tentou resistir à abordagem e ameaçou atear uma pedra neles.
De acordo com o promotor, essa pedra foi apresentada pela PM, mas os peritos não a encontraram no local, que deveria estar preservado. As medidas para o cumprimento dos
As medidas para cumprimento dos mandados foram autorizadas pela Vara do Júri e Execuções Criminais da Comarca de Piracicaba, em decorrência de representação formulada pelo Ministério Público nos autos do Procedimento Investigatório Criminal instaurado para apuração dos fatos.
As investigações, de acordo com o promotor, prosseguirão até a completa e rigorosa apuração dos fatos, com a adoção de todas as providências legais cabíveis.
“A Promotoria de Justiça Criminal de Piracicaba reafirma seu respeito à Polícia Militar do Estado de São Paulo, instituição composta majoritariamente por profissionais íntegros e comprometidos com a legalidade, e parceira constante do Ministério Público no enfrentamento à criminalidade. Ao mesmo tempo, ressaltamos que todos estão submetidos ao Estado de Direito, sendo inafastável a apuração rigorosa de eventuais condutas ilícitas, independentemente da identidade dos investigados, em consonância com o papel constitucional do Ministério Público na defesa da ordem jurídica e no controle externo da atividade policial”, declarou Maciel Neto.
Além do crime de homicídio, os militares são investigados também por coação no curso do processo. Os que foram afastados, até que o inquérito esteja concluído, não irão trabalhar nem no serviço administrativo.
DATA DA MORTE
No dia em que Gabriel foi morto, segundo a PM, por volta das 19h30, durante patrulhamento na Rua Raul Ataíde, uma equipe policial abordou dois indivíduos. Um deles – no caso do Gabriel – resistiu a abordagem, fugiu e retornou segurando uma pedra, ameaçando os policiais. Apesar das ordens para soltá-la, ele pegou outra pedra com um pedaço de ferro preso e, ao arremessá-la, um policial efetuou um disparo, atingindo-o.
A corporação informou, ainda, que a namorada dele e o outro abordado partiram para cima dos policiais, agredindo-os fisicamente. Um dos agentes foi atingido por uma porção de milho quente e sofreu arranhões no rosto e nos braços. O segundo abordado conseguiu fugir do local sem ser identificado.
O indivíduo ferido foi socorrido pelo SAMU ao Hospital Fornecedores de Cana, enquanto a mulher foi detida e encaminhada à delegacia. A ocorrência segue em andamento.