Toda mulher que alimenta seu filho exclusivamente com leite materno e, mesmo assim, tem sobra, pode ser uma doadora e ajudar outras mães. Basta ser saudável e não fazer uso de qualquer tipo de medicamento. O Estado de São Paulo conta com mais de 57 bancos de leite, sendo 30 no interior.
Amamentar é um ato de amor, e doar o leite que sobra é uma forma de compartilhar e multiplicar esse sentimento. O melhor é que essa atitude solidária pode ser mais simples do que se imagina – e pouca gente conhece os serviços e possibilidades.
As interessadas em doar devem preencher um cadastro e apresentar exames laboratoriais de sorologia dos últimos seis meses. Normalmente, os bancos de leite oferecem serviços de busca em domicílio e também costumam disponibilizar um kit (com gorro, máscara e frascos de armazenamento) para garantir a qualidade do alimento doado.
“O período de internação de um prematuro é longo para que ele ganhe peso e maturidade pulmonar, e geralmente não há condições dele mamar em suas próprias mães. O Banco de Leite é essencial para essa recuperação e fortalecimento do recém-nascido”, afirma Tereza Maria Isaac Nishimoto, pediatra responsável pelo Banco de Leite do HGA.
Para as mulheres, a doação de leite evita o empedramento das mamas. Normalmente, as mães dos bebês internados não conseguem produzir leite em quantidade suficiente pela falta de estímulo, pois o bebê não tem condições de sugar. E também por fatores emocionais, já que seus filhos estão internados.
O leite materno é fundamental para que crianças prematuras se desenvolvam e ganhem resistência a doenças. O alimento é considerado ideal por ter a qualidade e a concentração adequadas de nutrientes para os recém-nascidos.
“Eu doei este mês e quero deixar a mensagem para todas as mães que puderem doar, façam esse ato de amor”, disse a paciente do HGA, Maria Luisa da Silva.
Como funciona a doação
O principal critério para ser doadora é estar amamentando, saudável, produzindo um volume excedente de leite e não utilizar nenhum medicamento que impeça a doação.
“Aqui no banco de leite do Hospital Guilherme Álvaro nós recebemos de 30 até 40 litros de leite por mês. A paciente tem que se dirigir a unidade para fazer o cadastro e retirar o kit. Após isso, a equipe retira o leite na residência da pessoa”, relata o diretor técnico de Saúde do Hospital Guilherme Álvaro, de Santos, o professor universitário e médico infectologista Ricardo Leite Hayden.
O procedimento é simples. Basta comparecer a um banco de leite e receber as orientações necessárias. As interessadas devem preencher um cadastro e apresentar exames laboratoriais de sorologia dos últimos seis meses. Normalmente os bancos de leite oferecem serviços de busca em domicílio e também costumam disponibilizar um kit (com gorro, máscara e frascos de armazenamento) para a alta qualidade do alimento doado.
“Meu filho recebeu o leite aqui do Hospital Guilherme Álvaro. Aqui é referência para todas as mães que não conseguem amamentar seus filhos, espero que o Hospital continue sempre nos ajudando”, disse Priscila Gomes Ribeiro, paciente do Hospital.