A dengue já afetou 9.232 pessoas e causou 12 mortes neste ano em Bauru, no interior de São Paulo. O número de casos já é maior do que na epidemia de 2015, quando foram registradas 8,4 mil ocorrências e 6 pessoas morreram. A cidade, que está em situação de emergência devido à epidemia, tem ainda outras 8 mortes em investigação.
Bauru lidera o ranking estadual da doença, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado. Araraquara, em segundo lugar, confirmou 818 novos casos em uma semana. Agora, já são 5.589 casos e cinco mortes confirmadas.
A preocupação maior, segundo a Secretaria da Saúde, é com o avanço da doença para as regiões mais populosas do Estado. Em Campinas, o número de casos confirmados saltou de 56 no início de março para 799 até o dia 1º de abril. A região noroeste da cidade é a mais afetada, com 370 confirmações. A Secretaria de Saúde do município determinou que os casos suspeitos sejam tratados como prioridade nos 65 centros de saúde do município.
Nesta quarta-feira, 3, a equipe do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa) reuniu-se com dirigentes da rede hospitalar municipal, ligada ao Hospital Mário Gatti, do Hospital da Pontifícia Universidade Católica (PUC) e de hospitais privados para discutir ações, tendo em vista o risco de uma epidemia de dengue. Foram definidos protocolos para o manejo clínico e assistência ao paciente.
Com a circulação já confirmada do sorotipo 2 do vírus na cidade, o risco é de maior número de casos graves. “As pessoas que tiveram o tipo 1 da doença, que predominou nos últimos anos, podem pegar o tipo 2 e adoecer com maior gravidade”, disse a diretora do Devisa, Andrea von Zuben. Até esta quarta-feira, não havia registro de mortes por dengue, neste ano, em Campinas.
Em Sorocaba, a Vigilância Epidemiológica emitiu alerta às unidades de saúde devido ao risco de um surto epidêmico nas próximas semanas. A cidade tem 173 casos confirmados de dengue este ano, dos quais 145 foram contraídos no município. No mesmo período do ano passado, houve apenas 8 casos e, em 2017, foram 35. Segundo a Vigilância, o quadro atual é definido como pré-epidêmico, com risco moderado de se tornar epidemia. A prefeitura intensificou os mutirões de limpeza e ações de conscientização para combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.