Na última sexta-feira (17), com base em denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), a Justiça condenou investigados na Operação Chicago, cuja primeira fase foi deflagrada em março de 2024.
As penas aplicadas ultrapassam, em alguns casos, 20 anos de reclusão em regime inicial fechado. Um delegado, apontado como líder do grupo, recebeu a maior condenação, superior a 29 anos de prisão.
Além disso, os réus perderam seus cargos públicos e deverão indenizar as vítimas em mais de R$ 600 mil, além de pagar R$ 10 milhões por dano moral coletivo ao Fundo do Estado de São Paulo.
A Operação Chicago desarticulou uma organização criminosa formada por policiais civis, guardas municipais, servidores públicos, advogados e particulares que atuavam de forma irregular na Delegacia de Indaiatuba (SP). O grupo era voltado à prática de extorsões contra empresários da cidade.
Conforme as investigações, os réus realizavam incursões policiais sem autorização judicial, apreendendo mercadorias de empresas legítimas sob falsas alegações de crimes. Em seguida, eles exigiam quantias elevadas das vítimas para evitar supostas prisões.
Para tanto, contavam com a intermediação de advogados que, em vez de defender seus clientes, fomentavam a prática criminosa dos servidores públicos.
Além das penas de prisão e da perda dos cargos públicos, a sentença determinou que os valores obtidos com a alienação antecipada dos bens bloqueados dos réus sejam usados para ressarcir os prejuízos causados às vítimas e à coletividade. A sentença ainda destacou que as condutas dos condenados abalaram a credibilidade da Polícia Civil.
Tanto o MPSP quanto as defesas dos réus podem recorrer da decisão.




