Em funcionamento há pouco mais de um ano e meio, o Núcleo de Investigação de Mortes de Policiais do Rio de Janeiro, sob o comando do delegado Marcelo Carregosa, da Delegacia de Homicídios, chegou a algumas conclusões. A principal delas é que há ordens de dentro dos presídios fluminenses para que criminosos matem policiais. A orientação vem dos comandos do tráfico de drogas e também das milícias.
Carregosa afirmou que a estrutura empresarial organizada pelo tráfico e pelas milícias monta um esquema de ordens para proteger as áreas em que atuam. Estas ordens variam para as distintas regiões: há locais em que a determinação é para evitar confronto, enquanto em outros é o oposto.
“O que ocorre é o seguinte: eles têm que se armar para evitar que outros criminosos entrem na área deles. Agora como eles vão reagir ao policial vai depender da ordem de quem chefia aquele local”, disse o delegado.
Carregosa disse que a tendência é só acirrar a violência no Rio de Janeiro: “Isso acaba também aumentando muito a violência na cidade. Se você tem uma ordem de atacar os policiais, acaba aumentando muito os confrontos e todos os danos que isso pode causar”, afirmou.
Mortes
Levantamento mostra que 44 policiais foram mortos apenas neste ano – dos quais 42 militares e dois civis, inclusive um delegado e um inspetor. No último dia 3, o capitão da Polícia Militar Stefan Contreiras, de 36 anos, foi assassinado por criminosos que emparelharam uma moto com a dele.
“A hipótese mais forte é de latrocínio [matar para roubar] como também a hipótese de execução. A gente está trabalhando exatamente com esses dois lados para o crime”, disse o delegado.
Toneladas de maconha
Paralelamente às investigações de ataques e assassinatos de policiais, a Secretaria de Segurança Pública do Rio intensifica o combate ao tráfico de drogas e armas. Na sexta-feira (4), agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) apreenderam quase duas toneladas de maconha escondida no fundo falso de uma carreta que vinha do Paraná. A descoberta foi feita na rodovia Presidente Dutra (BR-116) em Itatiaia (RJ).
Os policiais faziam uma blitz e desconfiaram do nervosismo do motorista durante a abordagem. A droga estava escondida no assoalhado da carreta, onde estavam acondicionadas centenas de tabletes de maconha. O motorista, de 27 anos, confessou que entregaria a droga em Itaguaí, região metropolitana do Rio.
O caso foi encaminhado à Polícia Federal. O motorista foi indiciado por tráfico de entorpecentes, cuja pena varia de 5 a 15 anos de reclusão. Ele ficará detido enquanto aguarda julgamento.