A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu nesta terça-feira, dia 5, aumentar a pena do empresário e criador de cavalos Renato Grembecki Archilla, de 59 anos, de 10 para 14 anos de prisão. O réu é acusado de mandar matar sua própria filha, Renata Guimarães Archilla, de 38 anos.
O crime aconteceu em 17 de dezembro de 2001. Renata tinha 22 anos quando foi abordada por um homem vestido de Papai Noel em um semáforo no Morumbi, na zona oeste de São Paulo. Ela recebeu três tiros, dois dos quais no rosto, mas sobreviveu.
O pistoleiro era o policial militar José Benedito da Silva, que já havia sido condenado pelo TJ-SP a 13 anos de prisão.
Na agenda do policial havia o telefone do avô de Renata e pai de Renato, o fazendeiro Nicolau Archilla Galan, que morreu antes de ser julgado. “O principal mentor foi ele, que, infelizmente, morreu antes de ser julgado”, afirmou o criminalista Marcial Herculino de Holanda Filho, que foi o assistente da acusação no processo.
Em fevereiro de 2017, Renato havia sido condenado pelo Tribunal do Júri e teve a pena fixada em dez anos pela juíza Débora Faitarone.
A magistrada autorizou que o empresário aguardasse o recurso ao TJ-SP em liberdade.
Na manhã desta terça-feira, 5, os desembargadores da 4.ª Câmara seguiram o voto do relator, desembargador Luís Soares de Mello Neto, e decidiram expedir o mandado de prisão do empresário em razão da condenação em 2.ª instância, mas suspenderam o cumprimento da ordem até que seja apreciado eventual embargos de declaração do réu.
Os desembargadores afastaram ainda o recurso da defesa, que alegava que a condenação não se sustentava nas provas dos autos
Eles decidiram que a pena do acusado de ser o mandante não podia ser inferior à do réu condenado como executor do crime.
A defesa do réu, a cargo do criminalista Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, deve recorrer da decisão. Durante o processo, Renato permaneceu preso por dois meses, em 2008. O policial militar acusado de se vestir de Papai Noel para executar o crime já cumpre pena.
A mãe de Renata conheceu seu pai nos anos 1970, no Guarujá, no litoral paulista. Ficou grávida aos 17 anos. A família do rapaz não queria que ele assumisse a paternidade e o casal se separou. A menina estudava no Colégio Sacré Coeur e o rapaz, no Colégio Rio Branco.
Com o nascimento de Renata começou um processo que durou 12 anos para que a paternidade da criança fosse reconhecida. Renato, no entanto, nunca quis saber da filha.
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