Ser um bombeiro já era um desejo de Íris Fantine, de 4 anos, que faz tratamento contra a leucemia. Assim que viu a equipe do Corpo de Bombeiros no hospital do Graacc (Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer), de São Paulo, Capital, não perdeu tempo em colocar o uniforme dos profissionais e tirar uma foto.
“Duas coisas que ela sempre fala é que quer ser médica ou bombeira. Então hoje eu ganhei meu dia. Ela ficou muito feliz, não esperávamos por isso”, disse Jarderson Araújo, pai da criança. Iris foi só uma das pacientes do hospital que, nesta segunda-feira (14), receberam a visita do Corpo de Bombeiros que, com uniformes, capacetes e até uma viatura, transformou o centro médico em quartel e os pequenos guerreiros em super-heróis da vida real.
Durante cerca de três horas personagens infantis, guarda-vidas e uma equipe e mascote do Corpo de Bombeiros passaram pelos setores da brinquedoteca, quimioteca, ambulatório e pronto-atendimento para levar um pouco de carinho e diversão aos pacientes, familiares e funcionários do hospital. Também foram entregues às crianças livros infantis, desenhos para colorir e uma miniatura da viatura dos bombeiros.
Foi, também, a realização do sonho de Osvaldo Júnior, bombeiro aposentado há dez anos, e que desde 2019 atua como farmacêutico voluntário do Graacc. “Eu ajudo o Graacc há mais de 20 anos, quando eu servia os bombeiros ainda, mas não conhecia nem a estrutura do hospital. Então, quando aposentei me inscrevi para ser voluntário do local e me chamaram. Pude ver que aqui as pessoas também trabalham por amor”, disse Júnior.
A visita também chegou para Gael Rodrigues, de 8 anos, que não se desgrudou do homem-aranha. O pai da criança é de Salvador (BA) e mora na capital paulista há cerca de três meses para cuidar de um tumor cerebral do filho. Para ele, a ação dos bombeiros “quebra um pouco da dura rotina enfrentada pela criança no tratamento”.
João Neto também comenta que todo tipo de apoio é importante, inclusive o que vem da própria família. “Eu raspei o cabelo para ficar igual ao meu filho, para dar apoio para ele. O Gael precisa saber que ele não está sozinho nessa”, declarou.
A ideia da visita chegou até Tatiane Lopes, que trabalha no setor de humanização do hospital. “Foi um dia muito especial. Pude ver no olhar das crianças o quanto elas estavam felizes”, conta. “Toda criança tem seu super-herói, mas hoje elas puderam ver os super-heróis da vida real. Então quem sabe essa ação não acaba despertando a vontade de elas se tornarem um bombeiro também.”
A ação foi finalizada com algumas crianças entrando na viatura dos bombeiros como se estivessem prestes a sair para atender uma emergência. Alguns militares se emocionaram ao término da visita, como a sargento Daiane, que organizou a ação.
“O Corpo de Bombeiros é doação. Não importa onde e quem, a gente está para se doar ao próximo. Acho que é para isso que a gente vive”, admite. “É também enxergar essas crianças como futuros profissionais, mas que agora estão passando por uma situação difícil, por isso, queríamos ajudar elas de alguma forma trazendo um pouco de alegria”, finaliza.