A pequena Jamile Vitória Duarte, de cinco anos, morreu ontem (12) na Santa Casa de Piracicaba (SP) algumas horas após ter sido picada por um escorpião no local onde a família mora, no bairro Santa Fé I.
No enterro da menina, na manhã deste domingo (13), um tio de Jamile, disse que ouviu da irmã (e mãe da menina) que somente depois de uma hora de espera na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), na Vila Cristina, chegou à informação que não teria o soro antiescorpiônico.
Wilson das Graças Duarte disse que seu irmão contou que, no período da tarde, ouviu a filha gritar do lado de fora de casa e pensou que ela tivesse se machucado. “Quando minha irmã saiu, minha sobrinha disse que levou uma picada no dedo. Meu pai saiu e percebeu que seria escorpião”, declarou. Não foi informado se foi dedo da mão ou do pé.
Ele acrescentou que não teve ideia de seguir para a Santa Casa e foi direto à UPA. “Na recepção, minha irmã falou que foi picada de escorpião e encaminharam a menina para atendimento onde estavam outras crianças. Fiquei lá fora esperando, depois liguei para minha irmã, e ela disse que uma funcionária falou que não tinha o soro para dar para a menina e que era preciso aguardar porque havia mais crianças na frente para serem atendidas”, acrescentou o tio.
“Minha irmã ficou desesperada, eu tentei entrar para ver se poderia fazer alguma coisa, mas um rapaz que trabalha na UPA me impediu mesmo eu explicando que minha irmã estava desesperada. Nisso, foi passando o tempo, e pouco depois das 22h, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) saiu levando minha sobrinha para a Santa Casa”, explicou.
No velório da pequena Jamile, realizado neste domingo (13), dia dos pais, pastores da igreja que a família frequenta, estiveram no sepultamento para amparar os pais nesse momento de profunda consternação. O pastor da comunidade, Daniel Carvalho, disse que foi um fato muito complicado e que a mãe teria sido informada, na Santa Casa, que a criança entrou em parada cardíaca, porém se o soro fosse dado de forma ágil, o pior poderia ter sido evitado.
O pastor Ronaldo Souza disse que a situação deixou a todos extremamente tristes. “O que nos deixa mais triste foi o descaso com a criança. A família está revoltada”, completou.
Por ser domingo, a Prefeitura de Piracicaba está fechada, mas, nesta segunda-feira (14), o Rápido No Ar irá pedir uma posição para a Secretaria Municipal de Saúde.