A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta sexta-feira (31) a adoção da bandeira tarifária vermelha patamar 1 nas contas de energia a partir de junho. A decisão afeta todos os consumidores conectados ao Sistema Interligado Nacional e representa um acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh consumidos.
De acordo com a Aneel, o acionamento da bandeira vermelha ocorre devido às afluências abaixo da média registradas nas principais bacias hidrográficas do país. Essa condição reduziu a geração de energia pelas hidrelétricas e forçou o uso de usinas termelétricas, mais caras e poluentes.
A previsão de menor armazenamento de água nos reservatórios, aliado ao aumento dos custos de geração, contribuiu para a mudança na sinalização tarifária. Os níveis de armazenamento atuais estão abaixo de 71%, enquanto no mesmo período do ano passado estavam em 75%, segundo o diretor-geral da Aneel, Sandoval de Araújo Feitosa Neto.
Sistema de bandeiras tarifárias
Implantado em 2015, o sistema de bandeiras tarifárias indica, por meio de cores, as condições de geração de energia no país, permitindo que o consumidor se adapte ao custo real da produção.
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Bandeira verde: não há acréscimo.
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Bandeira amarela: acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh.
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Bandeira vermelha – Patamar 1: acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
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Bandeira vermelha – Patamar 2: acréscimo de R$ 7,88 a cada 100 kWh.
Antes do sistema, os custos variáveis da geração de energia eram incorporados aos reajustes anuais das tarifas, com atraso e correção pela Selic. O novo modelo busca mais transparência e permite que o consumidor reaja ao preço em tempo real.
Perspectivas para o restante do ano
A Aneel indicou que as bandeiras tarifárias podem variar entre amarela e vermelha até o fim de 2025, a depender das condições climáticas e da demanda energética. A ampliação da faixa de isenção de consumo para famílias de baixa renda também é apontada como fator que pressiona o equilíbrio financeiro do setor.