“Tem que ter estômago”, dizia nesta manhã de quinta-feira (11), um dos voluntários que participa da limpeza nas margens do rio, em Piracicaba (SP), para retirada de peixes mortos que não rodaram durante as chuvas de segunda-feira (8) e terça-feira (9).
Os peixes, que já estão em estado de decomposição, causam um mau cheiro insuportável, e conforme noticiado pelo Rápido No Ar, são resultantes de uma mortandade – a quarta do ano – que surgiu no rio no domingo (7) e cuja quantidade, de acordo com a Cetesb, é imensurável.
Com luvas, e embarcados, integrantes de ONGs ambientais e outras pessoas da sociedade civil percorrem as margens recolhendo as espécies, algumas de até 6 Kg, colocam em contêineres cedidos pela empresa Ambiental, que cuida da coleta de lixo, e entregam para posterior pesagem. A mesma empresa deverá providenciar o descarte.
Segundo o prefeito Luciano Almeida, o que ficou para trás representa cerca de 10% a 20% do total de peixes que morreram por falta de oxigênio. Eduardo e Jean Carlos, da SOS Rio Piracicaba, não conseguiam esconder a tristeza durante a recolha dos peixes.
“Um curimba, como estes que estão mortos aqui, chega a pesar 6 Kg. É muito triste, e revoltante, para a gente que cuida do rio, deparar com essa situação. Para o rio se regenerar vai levar uns nove anos”, lamentou Jean Carlos Rodrigues Machado, guia de pesca na cidade.
Não tem previsão para que o cenário ao redor do rio, que se encontra devastador, volte ao normal – que no lugar de tanto pescado morto possa se ver pedras e gramas.
Nesta quinta-feira, enquanto se caminhava pelas margens, era preciso tomar cuidado para não ficar pisoteando no resto de peixes e em outros ainda inteiros, mas em decomposição.