Manuel Fernandes de Moraes, de 59 anos, diagnosticado com melanoma metastático estágio 4, está passando por um momento ainda mais difícil do tratamento contra o câncer de pele. Além da batalha para controlar a doença, agora ele enfrenta a falta de um medicamento.
A história do operário da construção civil começou a mudar a partir de 2019, quando um exame apontou alteração no resultado. O melanoma é um tipo de câncer de pele que se origina nos melanócitos, células que produzem o pigmento melanina, que pode se manifestar como pinta ou mancha escura.
Ao descobrir a gravidade da doença, o trabalhador iniciou uma corrida contra o tempo, já que, em uma consulta, um médico teria dado mais três meses de vida. Já foram seis anos nessa batalha e ele não se entrega.
A fé inabalável do homem não impediu o avanço da doença, que hoje está espalhada pelo pulmão, fígado, baço e rim esquerdo, porém, manteve viva a esperança de permanecer mais um bom tempo por aqui.
Nesse período de luta, Moraes iniciou o tratamento no Centro de Oncologia de Limeira e passou um ano em atendimento no Hospital do Câncer, em Barretos. Tendo ao lado a esposa Cristiane como maior incentivadora, ele recebe apoio emocional para os dias mais difíceis.
Através de um advogado, o construtor buscou a justiça para a compra de um medicamento de alto custo, no valor de R$ 300 mil, indicado por um médico para inibir o avanço da doença.
O Judiciário concedeu o pedido liminarmente devido à gravidade da situação, mas a Prefeitura de Limeira recorreu e conseguiu derrubar a determinação no Tribunal de Justiça (TJ). A ação segue a passos lentos em instâncias superiores enquanto cria-se a expectativa de prolongar a vida.
“Não sei mais a quem recorrer. Tentamos de todas as formas e estamos aguardando”, disse ele.
Moraes faz uso de uma vitamina cedida pela prefeitura e, atualmente, iniciou mais uma sessão de quimioterapia. Ele está ciente de que seus últimos dias podem estar próximos, porém, não perde a oportunidade de tentar algo novo para continuar vivo.
“Tenho noção de tudo que está acontecendo e quero viver um dia de cada vez. Fui até a um evento de flashback há poucos dias, com minha família. Estou tentando ‘viver’ e quero viver. Dói muito saber que o poder público não compra o medicamento que preciso”, disse em lágrimas.
A Prefeitura de Limeira deve emitir nota sobre o caso.



