As ações de prevenção e controle do Aedes aegypti – transmissor da dengue, zika e chikungunya – vem sendo intensificadas em Limeira nos últimos dois anos. Porém, a identificação do vírus da dengue do tipo 2 em 19 cidades das regiões de São José do Rio Preto e de Araçatuba preocupa a Secretaria de Saúde.
O diretor de Vigilância em Saúde da Prefeitura, Alexandre Ferrari, alerta que, mesmo as pessoas que já contraíram o vírus do tipo 1 estão suscetíveis à doença novamente, caso o tipo 2 se estabeleça no município. “Nesse caso, elas estariam imunes somente ao vírus tipo 1”, afirmou. Além disso, ele adverte que as pessoas já infectadas com outros sorotipos da dengue podem ter um agravamento do quadro de saúde, se adquirirem o vírus do tipo 2.
Desde 2008, Limeira tem apresentado casos de dengue do tipo 1, incluindo a grande epidemia de dengue em 2015, quando foram registrados no município 20.597 ocorrências. “Em 2017 e 2018 não foi possível detectar o tipo de vírus devido ao baixo número de registros, respectivamente, 22 e 13 casos confirmados até o momento”, destacou Ferrari. Cinco casos de 2018 ainda estão sob investigação.
Mutirão
Apesar do baixo número de registros nos dois últimos anos, Ferrari salienta que a circulação do sorotipo tipo 2 no Estado aumenta a necessidade de controle e prevenção ao Aedes aegypti. Para tanto, dois grandes mutirões já estão marcados para os dias 9 e 16 de fevereiro – este último, em parceria com a EPTV. “Limeira, assim como todos os municípios brasileiros, têm risco de desenvolver uma epidemia. Por esse motivo, precisamos do apoio da população, no sentido de vistoriar o próprio imóvel pelo menos 10 minutos por semana para eliminar os criadouros.”
Ferrari esclarece que o habitat do Aedes aegypti é o interior das residências, onde o mosquito encontra abrigo, água para colocar os ovos e alimento – no caso, sangue humano. “Só ficaremos livres do risco de epidemia quando o controle do vetor transformar-se em hábito por parte da população”, frisou.
Para tanto, o diretor recomenda cuidado especial com a caixa d’água, que precisa estar sempre limpa e tampada, assim como as lixeiras domésticas. Garrafas, pneus e demais utensílios devem ser guardados em local coberto e seco. “Outra medida a ser adotada é a limpeza de lajes e calhas para evitar o acúmulo de água da chuva”, relatou Ferrari.
A chefe de Divisão de Zoonoses, Pedrina Aparecida Rodrigues Costa, reforça que o município vem cumprindo todos os protocolos de prevenção e controle do Aedes preconizados pelos órgãos Estadual e Federal. Dentre as principais ações, ela citou a vistoria de imóveis para eliminação de criadouros (trabalho denominado casa a casa), a limpeza contínua de áreas públicas, a vistoria de “Pontos Estratégicos” e de “Imóveis Especiais”, os mutirões e as “Ações Coercitivas” – para entrada e limpeza compulsória de imóveis que ofereçam risco à saúde pública. “Esse é um período crítico devido às altas temperaturas e à incidência de chuvas. Portanto, é fundamental que o munícipe vistorie o seu imóvel semanalmente para eliminar os criadouros e interromper o ciclo de vida do mosquito”, disse.
Dados
Na primeira quinzena de janeiro de 2019, foram confirmados no Estado 610 casos de dengue. As regiões de São José do Rio Preto e Araçatuba concentram mais de 60% dos casos no Estado. A cidade com maior número é Andradina, com 299 casos. Em Limeira, foram registrados até o momento dois casos da doença, sendo um autóctone e outro importado do município de Guará (SP).