Os acidentes envolvendo escorpiões no Brasil atingiram uma marca inédita em 2023, com mais de 202 mil notificações, segundo o Ministério da Saúde. Em um aumento alarmante, as mortes em decorrência de picadas subiram de 92 para 134, superando até mesmo os óbitos causados por picadas de serpentes. Este cenário evidencia um aumento significativo de riscos, especialmente para crianças e moradores de áreas urbanas, onde os escorpiões estão cada vez mais presentes.
Exemplo de caso recente
Um dos casos que ilustra o perigo crescente ocorreu nesta semana em Brasília, quando a jornalista Ariane Póvoa levou a filha de 1 ano e 4 meses ao hospital após uma picada de escorpião no berço. Felizmente, o quadro da criança foi leve, e ela recebeu alta após observação. “Foi assustador, principalmente por morar em apartamento e nunca esperar algo assim”, disse Ariane, expressando a preocupação de muitos pais diante da presença dos aracnídeos em áreas residenciais.
Distribuição e espécies de maior preocupação
Os escorpiões têm maior incidência no Sudeste, com São Paulo liderando as notificações (48.651), seguido por Minas Gerais e Bahia. As espécies de maior relevância incluem o escorpião-amarelo, com ampla presença em todo o país, e o escorpião-marrom, encontrado principalmente no Sudeste e Centro-Oeste.
Perfil e localização das picadas
A maioria dos casos ocorre em adultos jovens, de 20 a 29 anos, mas as crianças pequenas estão entre os mais afetados pela gravidade das picadas. As regiões mais comuns do corpo atingidas são os pés e mãos, destacando-se a importância de proteção em áreas de risco. Entre os sintomas mais frequentes estão dor intensa, inchaço e, em casos mais graves, necrose no local da picada.
Curiosidades sobre os escorpiões
O Instituto Butantan destaca algumas curiosidades sobre esses animais, como sua fluorescência sob luz ultravioleta, o que facilita a visualização para controle e coleta. Outra peculiaridade é que cerca de 5% das espécies podem se reproduzir sem parceiro, fenômeno conhecido como partenogênese.
Importância do atendimento rápido
A letalidade das picadas aumenta drasticamente com o tempo de espera para o atendimento médico. Pacientes que são atendidos em até 12 horas têm uma taxa de mortalidade abaixo de 10%, enquanto aqueles que demoram mais de 24 horas enfrentam um risco de quase 40%, ressaltando a necessidade de serviços de saúde preparados para atender emergências desse tipo em áreas de alta incidência.
Medidas de prevenção e combate
Diante do aumento de casos, especialistas recomendam medidas preventivas, como evitar acúmulo de entulho, manter áreas limpas e vedar frestas nas residências. Em locais com histórico de infestações, recomenda-se uso de iluminação ultravioleta para inspeção noturna, facilitando a detecção dos escorpiões.