O número de casos confirmados de febre amarela no Brasil praticamente quadruplicou em apenas uma semana. Levantamento divulgado nesta terça-feira, 23, informa que de julho até agora foram confirmadas 130 infecções. Na semana passada, o boletim informava 35 infecções. O número de mortes provocadas pela doença também avançou de forma expressiva. Até agora, são 53 óbitos, mais do que do dobro do que o contabilizado semana passada – 20 mortes. Ao todo, foram registrados 601 casos suspeitos, dos quais 162 permanecem em investigação.
São Paulo concentra a maior parte dos registros. Até agora, foram 61 pacientes com a confirmação da doença. Desse total, 21 morreram. Chama a atenção o avanço da doença em Minas, Estado que no ano passado foi duramente atingido por um surto de febre amarela. Até agora, Minas confirmou 50 casos, dos quais 24 evoluíram para óbito. A expectativa de técnicos era a de que, neste ano houvesse uma redução de casos nas cidades mineiras, principalmente porque se imaginava que a cobertura vacinal na região havia melhorado.
Os números nacionais são bastante expressivos, mas menores do que os registrados no mesmo período do ano passado. Em 2017, até 23 de janeiro o País contabilizava 397 casos da doença, com 131 mortes. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, voltou a afirmar hoje que a situação da febre amarela está dentro do protocolo e sob controle. Como argumento, ele cita o fato de que a circulação do vírus nesse momento ocorre em áreas muito mais populosas e, mesmo assim, os indicadores são menores que no ano passado.
Em entrevista concedida nesta segunda, 22, o ministro disse considerar “pouco provável” que o País enfrente neste ano uma epidemia nas mesmas proporções do que a registrada no ano passado. Especialistas ouvidos pela reportagem, no entanto, não apresentam a mesma convicção. A Organização Mundial da Saúde, num comunicado também divulgado nesta segunda, alertou para o elevado risco de mudança do padrão atual de transmissão. Isso porque nas regiões onde hoje o vírus da febre amarela circula há ainda um grande número de pessoas que não foram vacinadas e, portanto, são suscetíveis à doença. Barros, contudo, afastou a possibilidade de que haja nesse momento transmissão urbana da doença.