A chegada do frio aumentou o movimento no Centro de Acolhida, local mantido pelo Ceprosom, que abriga pessoas em situação de rua durante à noite em Limeira. O espaço, que oferecia 50 leitos, precisou aumentar a capacidade e está montando mais 10 camas. Além dos leitos, há também casinhas de cachorro, pois os “amigos de quatro patas” também são bem-vindos ali.
É o caso de Athena, uma filhote sem raça definida, de apenas dois meses, que brincava nesta sexta-feira (20) ao lado do tutor, A.G., de 46 anos. Natural de Rio Claro (SP), há dois anos em Limeira, A.G. contou que adotou o animal recentemente em um Pet Shop. Como frequentador do Centro de Acolhida, ele avaliou os benefícios de encontrar acolhimento para ele e para seu cãozinho de estimação. “Para mim é muito bom, porque a gente fica protegido do frio aí fora, das ofertas de bebida e de droga”, afirmou. “Aqui ela não fica só comigo, ela vai no colo de toda a galera”, comentou.
A adoção de Athena foi a forma encontrada para que ele superasse a perda de seu cão anterior, Pégasus, que morreu atropelado. Desde então, a filhote tem recebido todos os cuidados necessários para se desenvolver, o que inclui porções generosas de ração, leite e vitaminas. “Ela bebe um litro de leite em quatro dias”, comentou. “Logo ela será vacinada”, completou.
Com o auxílio financeiro que recebe, ele também compra roupinhas e acessórios para a cachorra. De uma mochila, A.G. retirou várias peças para proteger sua pequena parceira. Recém saído de uma clínica de recuperação para usuários de drogas, A.G. disse que a “bolinha de pelo” – como costuma chamar Athena, transformou-se em sua razão de viver. “Essa belezinha tem me ajudado a não voltar a beber, a não voltar para o crack”, revelou. “Ela é como uma filha para mim”, acrescentou.
FRIO
Na última quinta-feira (19), a procura pelo Centro de Acolhida de Limeira deu um salto, passando de 20 pessoas por dia, em média, para 60 pessoas. No espaço, todos recebem produtos de higiene, roupas limpas, cobertores, banho quente e jantar. Ao lado dos quartos, uma sala arejada abriga as casinhas de cachorro, de vários tamanhos. Duas delas foram ocupadas, na noite passada, por Lobo, de 6 meses, e Frederico, de 1 ano. Ambos são cães sem raça definida e acompanhavam o tutor, M.L., de 34 anos, que há 15 dias procura abrigo no serviço para escapar do frio.
Natural de Aguaí (SP), M.L. vive em Limeira há 18 anos. Ele contou que o atendimento no Centro de Acolhida é “muito bom”, sobretudo porque seus “melhores amigos” ganham ração, roupas para se proteger das baixas temperaturas e contam ainda com as casinhas para dormir. “Se eles não aceitassem os cachorros eu não teria vindo aqui, eu ficaria na rua mesmo”, relatou.
O prefeito Mario Botion destacou que esse acolhimento faz parte da política do município voltada à população de rua, e que desde o ano passado, a preocupação também se estendeu aos animais de estimação dessas pessoas. “Esse trabalho está se repetindo nesse momento, com a chegada do frio e o aumento da procura pelo serviços de apoio do município. “Não dá para separar a pessoa de seu animal”, comentou Botion.
O Centro de Acolhida fica na Rua Capitão Bernardes, 144, no Centro. Os atendimentos começam a partir das 17h. Informações podem ser obtidas pelo o telefone 3446-8333.
