A chegada do helicóptero Arcanjo 01 ao Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) neste mês marcou não apenas o reforço tecnológico nas operações da corporação, mas também um avanço histórico: a atuação da capitã Keyla Karas como a primeira mulher a pilotar uma aeronave na história da instituição.
Ingressa na corporação em 2008 e formada em 2010, a capitã Keyla construiu sua carreira passando por diversas cidades do interior do estado e pela capital. Em 2024, decidiu encarar um novo desafio: ingressar na aviação. Hoje, ela integra a recém-criada Unidade Aérea dos Bombeiros, composta por três pilotos e um operador aerotático.
“É uma conquista que exige estudo, dedicação e coragem”, afirma a bombeira, ao comentar o privilégio de assumir uma função tão estratégica. A motivação, segundo ela, sempre esteve ligada à missão da corporação: salvar vidas com agilidade. “Sempre me emocionava ao ver as ocorrências sendo concluídas com apoio do helicóptero. Hoje, poder estar nessa posição é o que me motiva todos os dias”, completa.
O helicóptero Arcanjo 01 foi adquirido pelo CBMPR para ampliar a capacidade de resposta da corporação em situações de emergência, resgates e desastres naturais. Em uma de suas primeiras atuações, a aeronave realizou mais de 50 lançamentos de água em um único dia no combate a incêndios florestais, demonstrando sua eficiência e a importância da estrutura aérea no atendimento de ocorrências críticas.
Para Keyla, o Arcanjo 01 representa a realização de um propósito de vida: “Ser bombeiro já é uma profissão desafiadora, e evoluir para a aviação tem um significado muito importante”.
A trajetória da capitã Keyla se soma à de outras mulheres que vêm rompendo barreiras na aviação das forças de segurança do Paraná. A primeira a pilotar um helicóptero na Polícia Militar foi a capitã Maitê Baldan, que atuou de 2016 a 2022 no Batalhão de Operações Aéreas. Já a delegada Daiane Zanon, da Polícia Civil, pilota aviões desde 2019.
Em 2024, a capitã Jenifer Formanquevski tornou-se a primeira mulher a integrar a Casa Militar como copiloto, e também a primeira com brevê para aviões e helicópteros na instituição.
Keyla acredita que sua conquista vai além da realização pessoal: “Quando uma mulher ocupa este espaço, sinaliza para as outras que elas também podem. Cada passo dado demonstra que estamos aptas para atuar em qualquer função”.



