O diagnóstico precoce é um dos principais fatores para o tratamento do câncer de intestino. Pessoas acima dos 50 anos de idade e sedentárias formam o grupo de risco da doença.
O médico oncologista Flávio Dias de Oliveira, do grupo Hapvida NotreDame Intermédica, alerta para o acompanhamento da saúde das pessoas como forma de ampliar as chances de cura num eventual caso. “É um tipo de câncer tratável e, na maioria dos casos, curável, se detectado precocemente”, afirma.
Nos últimos meses, casos entre celebridades chamaram a atenção. Foi uma das causas da morte dos ex-jogadores de futebol Edson Arantes do Nascimento, Pelé, de 82 anos, e Roberto Dinamite, de 68 anos.
O cartunista Paulo Caruso, de 73 anos, morreu da doença no início desse mês. Ele descobriu o câncer em 2017.
“O câncer de intestino abrange os tumores que se iniciam na parte do intestino grosso chamada cólon, no reto (final do intestino, imediatamente antes do ânus) e ânus. Também é conhecido como câncer de cólon e reto ou colorretal”, diz o médico. Grande parte desses tumores se origina de pólipos, que são lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso.
Maior atenção
Segundo o Dr. Flávio, pacientes a partir dos 50 anos de idade, com excesso de peso corporal e alimentação não saudável correm mais riscos. Pessoa com histórico familiar de câncer de intestino deve ampliar a prevenção. Câncer no ovário, útero ou mama também são fatores de risco.
O cuidado inclui pessoas que tiveram enfermidades inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn; e doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). “Nesses casos, o acompanhamento deve ser individualizado”, recomenda Dr. Flávio.
A exposição ocupacional à radiação ionizante, como aos raios X e gama, pode aumentar o risco para câncer de cólon. Profissionais do ramo da radiologia – tanto industrial como médica – devem estar mais atentos.
Prefira as fibras
O consumo de carnes processadas deve ser evitado, numa lista que inclui salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, peito de peru e salame. “A ingestão excessiva de carne vermelha, acima de 500 gramas de carne cozida por semana, também aumenta o risco”, afirma o médico. Bebidas alcoólicas e tabagismo devem ser evitados.
“Uma alimentação saudável é composta, principalmente, por alimentos in natura e minimamente processados, como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, além de grãos e sementes”, orienta o médico.
Esse padrão, rico em fibras, ajuda o intestino a funcionar melhor e a manter o peso corporal. “No caso da atividade física, a pessoa deve movimentar-se diariamente ou na maior parte da semana”, afirma Dr. Flávio.
Os sintomas frequentemente associados à doença incluem sangue nas fezes; alteração do hábito intestinal, com diarreia e prisão de ventre alternados; dor ou desconforto abdominal; fraqueza e anemia; e perda de peso sem causa aparente.
“Esses sinais também estão presentes em problemas como hemorroidas, verminose e úlcera gástrica, e devem ser investigados para seu diagnóstico correto e tratamento específico. Na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que sejam investigados por um médico, principalmente, se não melhorarem em alguns dias”, alerta Dr. Flávio.