Com a chegada do inverno, os hemocentros enfrentam um dos períodos mais críticos para o abastecimento dos estoques de sangue. A campanha Junho Vermelho, inspirada no Dia Mundial do Doador de Sangue, reforça a importância de manter as doações mesmo nos dias mais frios.
Três F’s: frio, férias e feriado dificultam coletas
Segundo Ingrid Oliveira, supervisora do laboratório da Colsan (Associação Beneficente de Coleta de Sangue), o mês de junho reúne três fatores que impactam negativamente as doações: frio, férias e feriados. A combinação reduz o comparecimento dos doadores, enquanto a demanda hospitalar permanece alta.
A Colsan é responsável por atender cerca de 100 hospitais paulistas e fornece mensalmente 21,5 mil hemocomponentes. Os estoques estão no limite. “Hoje temos bem pouco sangue. A demanda aumentou, mas o número de coletas não acompanhou esse crescimento”, alerta Ingrid.
Falta de estoque ameaça rede hospitalar
A situação preocupa instituições como a Hemorrede de São Paulo, da qual a Colsan faz parte. A rede coleta cerca de 13 mil bolsas por mês, número que já não supre as necessidades de transfusões. As plaquetas, por exemplo, têm validade de apenas cinco dias e são essenciais para pacientes em tratamento de câncer ou vítimas de traumas.
A validade reduzida dos componentes do sangue exige uma rotina constante de doações. “Sábado é o dia com mais coletas, mas precisamos de doações durante a semana também”, explica Ingrid. O risco, segundo a especialista, é que sem uma reserva mínima, o sistema pode entrar em colapso em momentos de alta demanda.
Como e quem pode doar sangue
Para doar sangue, é necessário:
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Estar em boas condições de saúde;
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Ter entre 16 e 69 anos;
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Pesar mais de 50 kg;
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Dormir ao menos 6 horas na noite anterior;
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Evitar alimentos gordurosos 4 horas antes da doação.
Por lei, os doadores têm direito a um dia de folga no trabalho, conforme previsto no Artigo 473 da CLT.