O presidente Jair Bolsonaro voltou a elogiar nesta terça-feira (21) os atos de 7 de setembro, marcados por pautas antidemocráticas e que desencadearam a elevação máxima da temperatura da crise entre os poderes. Desta vez, a declaração foi em um contexto internacional: em seu discurso na abertura da 76ª Assembleia-geral das Nações Unidas (ONU).
“No último 7 de setembro, data de nossa Independência, milhões de brasileiros, de forma pacífica e patriótica, foram às ruas, na maior manifestação de nossa história, mostrar que não abrem mão da democracia, das liberdades individuais e de apoio ao nosso governo”, disse Bolsonaro. “Como demonstrado, o Brasil vive novos tempos. Na economia, temos um dos melhores desempenhos entre os emergentes”, acrescentou.
A postura de Bolsonaro nos atos de 7 de setembro, com ameaças ao Supremo Tribunal Federal (STF) e, consequentemente, à democracia, repercutiu de forma negativa internacionalmente e ganhou resposta do presidente da Corte, Luiz Fux.
O magistrado alertou ao presidente que descumprir ordens do Supremo, como ele havia ameaçado nos protestos, configuraria crime de responsabilidade. No dia seguinte, Bolsonaro publicou uma carta à nação produzida pelo ex-presidente Michel Temer, em que deu um passo atrás na ofensiva e pediu harmonia entre os poderes.
Conselho de Segurança
Ainda durante seu discurso, o presidente afirmou que apoia uma reforma no Conselho de Segurança da entidade e a inclusão do Brasil como membro permanente.
“Em 2022, voltaremos a ocupar uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU. Agradeço aos 181 países, em um universo de 190, que confiaram no Brasil. Reflexo de uma política externa séria e responsável promovida pelo nosso Ministério de Relações Exteriores”, destacou Bolsonaro.”Apoiamos uma Reforma do Conselho de Segurança ONU, onde buscamos um assento permanente”, acrescentou.
O Conselho de Segurança é um órgão da ONU composto por 15 membros e responsável por prezar pela segurança internacional.