O varejo deve movimentar R$ 3,67 bilhões em vendas na Black Friday deste ano, o maior faturamento em uma década, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Se confirmada a previsão, as vendas terão aumento de 10,5%, o que representa 6,8% a mais em relação ao ano passado, descontada a inflação do período.
Os produtos com as maiores chances de descontos efetivos são calças masculinas, fornos de micro-ondas, pulseiras smartbands, guarda-roupas e telefones celulares ou smartphones, porque são itens que registraram a menor elevação de preços nos últimos 40 dias de pesquisa da CNC – encerrada no último dia 15. Para chegar ao resultado, foram coletados diariamente mais de dois mil preços em sites de busca.
Os eletroeletrônicos e itens de utilidades domésticas deverão ser os destaques, com R$ 929,4 milhões em vendas no período de liquidações, seguidos pelos ramos de hiper e supermercados (R$ 899,3 milhões) e de móveis e eletrodomésticos (R$ 845,5 milhões)
Segundo um levantamento da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 89% dos entrevistados estavam dispostos a gastar mais dinheiro neste ano do que na edição de 2018. O tíquete médio também subiu: a intenção média de gastos é de R$ 1.334, quase R$ 50 a mais que em 2018 (R$ 1.283).
Adesão
O aumento da adesão de consumidores à data se deve a um conjunto de fatores, segundo especialistas. O cenário econômico – com a Selic a 5% ao ano, saques do FGTS e o início da retomada do emprego – e a consolidação do conceito de Black Friday no País são alguns deles.
Ao contrário do que acontece nos Estados Unidos, berço do evento, no Brasil, a data comercial surgiu como um evento estritamente online e agora se firma no varejo tradicional. A intenção de compra somente na internet caiu de 52% em 2018 para 38% em 2019, segundo pesquisa do Google.
Alguns fatores contribuem para a intenção de ida às lojas físicas: preço do frete, maior segurança na transação, menor chance de fraudes e a possibilidade de sair com o produto na hora da compra.
Uma das tendências da Black Friday deste ano, apontada por analistas, é a popularização do chamado omnichannel. “O consumidor pode comprar alguma coisa online e retirar na loja, ou eventualmente passar pela loja, testar um produto e comprar online”, diz Albert Deweik, CEO da NeoAssist.