Um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) aterrissará na base aérea do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, no início da tarde desta quinta-feira, 5, com um grupo de venezuelanos vindos de Roraima. O voo está previsto para chegar às 13h com pelo menos 100 homens e mulheres adultos solteiros, além de famílias com crianças.
Segundo a Prefeitura de São Paulo, esta semana chegarão 160 imigrantes somente para os equipamentos municipais. Ao todo, são esperados 300 venezuelanos nos próximos dias.
Da base aérea, os refugiados sairão de ônibus para um Centro Temporário de Acolhida (CTA) exclusivo em São Mateus, na zona leste da capital, para o abrigo Missão Paz – entidade ligada à Igreja Católica que recebe imigrantes e refugiados – e para a Casa de Passagem Terra Nova, abrigo do governo estadual, ambos na região central de São Paulo.
Segundo o diretor da Missão Paz, padre Paolo Parise, 96 venezuelanos seguirão para o CTA São Mateus, nove irão para a Casa de Passagem e outros 39 seguem para o abrigo ligado à igreja católica.
Famílias com crianças, incluindo bebês, serão acolhidas na Missão Paz e na Casa de Passagem. A Prefeitura restringiu o abrigamento a adultos solteiros: o CTA São Mateus acolherá 132 venezuelanos, no CTA Santo Amaro serão 28, oito homens e 20 mulheres.
Ainda de acordo com o padre, a previsão é de que um segundo grupo com outros 100 venezuelanos vindos de Roraima chegue à capital paulista nesta sexta-feira, 6. Seguirão 75 para o CTA São Mateus e outros 26 para o CTA Santo Amaro. Procuradas, a Secretaria de Desenvolvimento Social e a Casa Civil não se manifestaram até a publicação desta matéria.
“Vamos receber famílias com crianças de menos de um ano, de um ano e de dois anos. Estamos esperando em torno de dez crianças no grupo”, disse o padre. O diretor da Missão Paz explica que homens e mulheres, apesar de serem da mesma família, ficarão acolhidos em quartos separados.
Moradores de rua
A gestão do prefeito João Doria (PSDB), que inicialmente iria acolher os venezuelanos em abrigos de moradores em situação de rua, desistiu e decidiu hospedá-los em CTAs exclusivos para o público refugiado.
“Nesse primeiro momento, entendemos que é melhor, após conversas com a Acnur, uma situação de receber exclusivamente venezuelanos (nos CTAs)”, disse esta semana o secretário municipal de Assistência Social, Filipe Sabará. De acordo com ele, uma recomendação da ONU orienta que refugiados sejam acolhidos separadamente de outros públicos.