Tem gente que gosta de alimentar cães e gatos nas ruas, colocando ração e água embaixo de árvores, nas calçadas, etc. Outras pessoas costumam, por exemplo, passear em lagos e dar comidas aos patos. Os amantes de pássaros gostam de deixar frutas em locais estratégicos, para que estes possam se fartar. Agora, quem é que tem, como rotina, alimentar ratões do banhado com pães, bolachas salgadas, maçãs e cascas de vegetais? A aposentada Maria Madalena Barbosa, de 79 anos, que é advogada, e ainda exerce a profissão, faz isso todas as tardes.
Os ratões ficam numa lagoa, ao ao lado da Humanitária, e já sabem quando chega a hora da refeição. Logo que se aproximam do alambrado, que cerca a área verde, segundo acompanhou a equipe do Rápido No Ar, a filha de dona Maria, e sua companheira nesta missão, a bióloga Juliana Scherrer, começa a chamar: “ei criançada, venham meninos, venha galera”.
Em frações de segundos surge um bando – cerca de 10 de uma vez só – e que também sabe que a comida chegou porque a cachorrinha da família, a Lili, fica latindo. “A gente só não vem mesmo quando chove ou se estivermos em algum compromisso neste horário”, diz Maria.
Segundo ela, o cuidado com os animais começou há 10 anos, época em que ela e a filha alimentavam coelhos no local. “Em época de seca, não tem o que se comer. Então, a gente traz alguma coisa para os ratões”, acrescenta a advogada.
Para dona maria, fazer isso traz felicidade para ela. “É muito bom a gente poder contribuir com a natureza e não deixar os animais passarem fome. Tem mais gente que vem aqui porque, além dos ratões, têm gatos”, declara.
Aliás, os gatos do local se misturam em meio a eles, como se fossem “amigos íntimos”. A única disputa entre eles é por alimento, mas ninguém se exalta.
Há quem possa questionar o por que mãe e filha alimentam animais e não seres humanos. Maria responde: “Sempre que alguém bate à nossa porta, pedindo alimento, nós damos. E Deus criou a natureza e os animais para também serem cuidados”.
Dona Maria conta que já chegou a alimentar 50 ratões de uma vez só. “Quando a gente chega por volta das 16h, que acredito que é o horário que sentem mais fome, aparecem mais. Desta vez (no momento da reportagem) vieram 10. Acredito que alguém já jogou algo para elas comerem”, ressalta.
As bolachas dadas para os animais são fresquinhas. Inclusive, a reportagem conferiu a data de validade no pacote, ou seja, Maria e Juliana não dão nada vencido ou estragado. Juliana diz que tem muita gente que alimenta os gatos, mas dos ratos quem está à frente são ela e a mãe.
“Aqui tem muita vegetação, que é para a alimentação deles, mas, como minha mãe explicou, na época da seca acaba ocorrendo a escassez da grama, ficando praticamente o solo, e eles sobem mais desesperados para buscar alimentos”.
CARACTERÍSTICAS
Segundo Juliana, o “ratão do banhado”, vivem de 2 a 3 anos na natureza e até 10 anos em cativeiro. O tempo de gestação é de 132 dias e o peso, quando adultas, varia de 4 Kg a 9 Kg. Um animal como este chega a medir 52 centímetros.
Enfim, é o que se ouve por meio de um ditado popular que: “gosto não se discute”. Dona Maria acredita que está deixando sua contribuição na natureza e vai continuar até quando Deus permitir.
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