A Polícia Militar do Estado de São Paulo passará a utilizar câmeras digitais acopladas às fardas de seus policiais. Ainda em caráter inicial, o sistema tem como objetivos primordiais proteger quem está dos dois lados da lente, ou seja, cidadãos e policiais, por intermédio do registro minucioso da interação, e também um substancial aumento na qualidade das provas produzidas no local das ocorrências.
Um dos responsáveis pelos estudos a respeito do sistema é o tenente-coronel Robson Cabanas Duque, comandante do 37º BPM-M, unidade que será pioneira na utilização do dispositivo. “Inicialmente serão 120 câmeras instaladas em policiais do 37º batalhão, que atuam nas regiões do Capão Redondo e do Jardim Ângela”, revela.
O estudo conduzido pelo tenente-coronel da PM e que conta com a participação de mais de 20 profissionais da PM, indicou ainda outros pontos positivos advindos da gravação das ações. “Policiais que usaram estes dispositivos afirmaram que, como o equipamento registrava suas ações, houve preocupação ainda maior com técnicas e táticas empregadas. Ou seja, aumentou a cobrança pessoal de cada um acerca dos próprios atos”, ressalta.
Ainda de acordo com ele, em países como Estados Unidos e Reino Unido houve queda nas reclamações e denúncias contra policiais. “É importante para o próprio policial, para que seja possível afastar muitas denúncias e reclamações infundadas também”, pondera o policial militar.
Quando usar e quando não usar
A câmera operacional portátil, chamada de COP, deverá ser utilizada em momentos de atendimento de ocorrência, de interação e nos quais seja necessário o uso de força, bem como em abordagens e atividades de apoio, fiscalizações, acidentes, buscas, varredura e manifestações. “Se o policial militar ficar em dúvida sobre acionar ou não a câmera operacional portátil, deverá ligá-la. A regra geral sempre será gravar todos os eventos de interesse policial”, afirma o tenente-coronel.