Um túnel localizado nesta terça-feira, 2, pela polícia do Paraguai a 210 metros da Penitenciária Regional de Pedro Juan Caballero, fronteira com Ponta Porã (MS), serviria para resgatar líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) durante as festividades de final de ano, conforme investigações policiais.
Com 12 metros de extensão, o túnel já tinha sistema de iluminação e oxigenação. Três homens foram presos quando faziam os trabalhos de escavação. Eles teriam sido contratados por um brasileiro detido em uma residência próxima ao local.
O chefe de Investigações do Departamento de Amambay, Gérman Arévalo, informou que os presos durante a ação admitiram que pretendiam resgatar o brasileiro Rony Perez Barbosa, 36 anos, apontado como um dos líderes do PCC na penitenciária de Pedro Juan Caballero.
Barbosa foi detido em abril de 2016 durante operação da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad). Contra Barbosa, há uma ordem de captura no Brasil e pedido de extradição. A polícia suspeita que pelo menos 80 membros da facção criminosa seriam libertados se o plano de fuga desse certo, incluindo alguns paraguaios que fazem parte da facção criminosa.
Identificado por agentes do serviço de inteligência policial que atuam no combate ao crime organizado, o túnel partia de uma casa modesta situada no bairro Virgem dos Pobres, em Pedro Juan. A estrutura teria começado a ser construída há cerca de 23 dias e chamou a atenção da polícia pelo profissionalismo na execução.
“Era bem estruturado e feito por gente que conhecia muito”, diz Arévalo. As dimensões chegavam a cerca de 1,20 metro de altura e 80 centímetros de largura. Nas laterais do túnel havia ripas de madeira para evitar desabamento. A polícia já trabalhava com informações sobre uma possível fuga de membros do PCC de presídios do Paraguai.
A polícia prossegue as investigações em conjunto com o Ministério Público para averiguar se há mais pessoas envolvidas na tentativa de fuga. O túnel será destruído.
Os quatro detidos durante a operação foram Nícolas Cano Centurión, de 25 anos, Pedro Anastacio Gauto Álvarez, de 21 anos, Óscar Bordón Blanco, de 19 anos, e o brasileiro Alexandre Leguizamón, de 28 anos. Na residência onde ele estava, situada a oito quadras do túnel, foi encontrada parte da areia retirada.
De acordo com a polícia paraguaia, o PCC tem hoje no país 236 membros em diversas penitenciárias. A maioria (136) são de origem brasileira.