A força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal (MPF) do Paraná denunciou na quarta-feira, 5, onze investigados por corrupção (ativa e passiva) e lavagem de dinheiro – entre os quais, Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete do ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, e o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como ‘operador’ de propinas do tucano. O juiz Sérgio Moro recebeu a denúncia e abriu ação penal contra os todos os denunciados.
Segundo O MPF, as provas que embasam a acusação “revelaram o pagamento de propinas pela empreiteira Odebrecht para obter favores ilegais relacionados à Parceria Público Privada (PPP) para exploração e duplicação da PR-323, entre os municípios de Francisco Alves e Maringá, durante o ano de 2014, cujo valor era de R$ 7,2 bilhões”.
Além de Atherino e Roldo, são acusados doleiros e executivos ligados à Odebrecht.
De acordo com a denúncia, no fim de janeiro de 2014, executivos da Odebrecht procuraram o então chefe de gabinete do governador Beto Richa, Deonilson Roldo, e solicitaram apoio para afastar eventuais concorrentes interessados na licitação da PPP para exploração e duplicação da PR-323. “Após uma primeira reunião, Roldo voltou a se encontrar com executivos da empreiteira, informando que daria a ajuda ilegal solicitada pela companhia na licitação, mas para isso contava com a ajuda da empresa na campanha do governador daquele ano de 2014”, relatou a Procuradoria.
“A defesa do ex-governador entende que as alegações do Ministério Público Federal não apresentam qualquer sustentação. O ex-governador sempre pautou suas ações baseado nos princípios legais. A obra de duplicação da rodovia PR-323 nunca aconteceu. Também nenhum recurso público, de origem federal ou estadual, foi aportado na licitação. Não houve também qualquer direcionamento em licitação”, afirmou, em nota, a assessoria de Richa.
“A Odebrecht continua cooperando com as autoridades e está focada no exercício de suas atividades e na conquista de novos projetos”, declarou a empreiteira.