“Calma, confiança e concentração”. Essa é a receita do técnico Didier Deschamps para a seleção da França conquistar neste domingo, em Moscou, o seu segundo título mundial de futebol. O treinador conversou com os jornalistas na sala de imprensa do estádio Luzhniki, palco da final contra a Croácia, e ainda contou as diferenças entre participar de uma decisão de Copa do Mundo como jogador e como treinador. Caso conquiste o título, ele se juntará a Zagallo e a Beckenbauer como os únicos a conquistar a taça como jogador e treinador.
“Não há nada mais bonito nem mais forte do que estar em uma final de Copa do Mundo. É uma honra estar aqui, um privilégio. Trabalhamos da melhor maneira possível para termos uma boa partida. Não há euforia aqui, mas estamos num nível de satisfação muito grande”, disse Deschamps sobre a partida contra a Croácia.
O técnico ainda comentou sobre as diferenças de encarar a decisão como jogador e como treinador. Deschamps foi o capitão da França na final da Copa do Mundo de 1998, quando sua seleção venceu o Brasil na decisão por 3 a 0. “São muitas diferenças. Eu precisaria de mais tempo para explicar tudo. As partidas pertencem aos jogadores, o meu sucesso está ligado ao sucesso deles. Quando você joga, gasta energia na parte física, mas o treinador tem a parte mental, psicológica. É um tipo de competição diferente para nós.”
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O técnico ainda falou qual é o tipo de preparação que ele faz com o craque Mbappé, que pode ser eleito neste domingo o melhor jogador da Copa. “Kylian é um jovem cheio de talento. Mostrou isso muitas vezes durante o torneio. Não há nada específico para falar com ele, apenas tento passar o que tenho de experiência, sei o que é importante para os jovens. Kylian escuta, ele sabe o que quer”, contou.
Assim como o goleiro Hugo Lloris, Deschamps também precisou falar sobre a derrota para Portugal na decisão da Eurocopa de 2016. “O grupo de jogadores é diferente do de dois anos atrás. Agora estamos mais integrados, descobrimos nosso potencial aqui na Rússia. Temos jovens jogadores e eles sabem o que aconteceu naquela partida, como acabou. O que aconteceu dois anos atrás ficou lá. Agora é outra situação”, disse.
No final da coletiva, um momento inusitado. Um jornalista perguntou sobre Modric, principal jogador da seleção da Croácia, e afirmou que o meia não tinha muita mobilidade em campo. Deschamps foi direto: “Lamento discordar, ele tem muita mobilidade. Ele vai para o meio, sai do meio, tem técnica muito boa. É inteligente, está jogando muito bem. É claro que ele tem muita influência no desempenho de sua equipe. Você tem de ver o trabalho dele, ele sabe marcar, passar, dar assistências…”.