O cachorro quente é muito mais do que um lanche rápido: ele é um símbolo afetivo e gastronômico que, no Brasil, se tornou uma verdadeira celebração de sabores. O que nasceu simples, com pão, salsicha e molho, nos Estados Unidos, foi enriquecido com novos ingredientes e, aos poucos, passou a ser uma experiência criativa, irresistível e lucrativa.
Essa paixão encontra um cenário especialmente acolhedor, onde cada mordida carrega uma história acompanhada de prazer. O Rápido no Ar visitou dois pontos bastante conhecidos — o carrinho do Zé (em frente ao Sempre Vale) e o carrinho do Marcelo (em frente ao Magazine Luiza).
Aqui em Limeira, o famoso hot dog não ficou limitado ao modelo tradicional norte-americano e evoluiu com identidade própria, sendo chamado de verdadeiro “dogão brasileiro”. Quem aprecia a boa culinária vai encontrar nos mais recheados ingredientes como bacon crocante, calabresa bem fritinha, cebola refogada, milho amarelinho, cremes de alho, além de fatias de queijo, presunto, alface e batata palha. Essa fusão de sabores transformou o “lanche simples” em uma refeição completa, cheia de personalidade e admiradores.
Antônio Firmino, 62 anos, conhecido como “Zé”, trabalha na Praça da Igreja Boa Morte há 35 anos. Durante esse período, e com muito esforço, conseguiu recursos para criar os filhos e modernizar o cardápio. Nossa equipe de reportagem fez um cálculo médio e descobriu que, nas três décadas e meia de trabalho, foram vendidos mais de 1,4 milhão de hot dogs, resultado que surpreendeu o comerciante.
“Nunca pensei nesses números. É um lanche bem tradicional, que ao longo do tempo reuniu crianças e adultos aqui, abrindo empregos e servindo para criar a minha família”, contou Zé.
Dona Elenir Casavechia e o marido Sidney são consumidores assíduos do hot dog do Zé, e essa paixão começou lá nos anos 90. “Nós somos do tempo que saíamos da discoteca e passávamos aqui para comer um cachorro quente dele”, avalia o casal.
Essa paixão pelo cachorro quente se manifesta em muitos bairros da cidade, seja nos carrinhos de rua, nos trailers ou nos pontos fixos de comércio. Para alguns admiradores, o cachorro quente é solução rápida para quem corre contra o tempo, devido aos compromissos. Para outros, é um convite ao descanso e a um bom bate-papo, observando o movimento e degustando com calma toda textura e crocância.
O comerciante Marcelo Basseto, 55 anos, mantém o carrinho ao lado da catedral e se orgulha em ter passado as últimas três décadas servindo não só a população local, como também aqueles que visitam a cidade.
“Temos fregueses assíduos, de muitos anos, e os novos. Mas temos também aqueles clientes estrangeiros que, quando chegam na cidade, passam por aqui”, avalia.
A engenheira Natália Venâncio degusta o prato preferido no carrinho do Marcelo desde a fase infantil, na companhia da irmã. “Sempre vinha com minha irmã e hoje ela não pode vir. Mas estou aqui e gosto muito pela qualidade e por provar o gostinho caseiro”, mencionou ela.
No fim das contas, o que torna o cachorro quente uma paixão nacional é justamente esse poder de unir pessoas e transformar um simples lanche — ou um dogão completo — em um almoço ou jantar com jeitinho e sabor brasileiro.
E aí, nos conte nos comentários: qual a boa recordação que você tem desses dois lugares, ou qual o lugar preferido que outras pessoas deveriam conhecer e provar um delicioso hot dog?



