O mês de outubro ficará marcado para sempre na memória das pessoas que fazem parte do grupo de apoio à mulher com câncer – “Mulheres Rosas”. É que, neste mês, foi dado um passo importante para legalizar a documentação da entidade, com a meta de ampliar o trabalho de atendimento às vítimas dessa doença.
De acordo com Margarete Aparecida Bianchi, 58 anos, coordenadora do movimento, somente com a legalização e o registro da entidade, transformando-a em uma ONG, é que poderá receber recursos públicos para efetivamente chegar a um trabalho mais amplo com as mulheres.
O grupo foi montado há cinco anos em Limeira, com o objetivo de fornecer informações sobre o tratamento, medicamentos e exames sobre o câncer de mama e de útero. O movimento passou a orientar mulheres sem planos de saúde e que em muitos caso tinham que esperar até quatros meses por uma consulta no Sistema Único de Saúde (SUS).
Margarete, que se recuperou de um câncer, sabe que o diagnóstico dessa patologia não é o fim do caminho, porém, precisa agir com rapidez. “No nosso trabalho tiramos aquele medo de que o câncer é uma sentença de morte. Temos que lutar e auxiliar mulheres para que tenham diagnóstico imediato, já que essa doença têm progressão rápida e se esperar, pode chegar a um câncer metastático”, analisa ela.
No momento, o grupo conta com 85 mulheres e não possui sede própria. As atividades são desenvolvidas com recursos próprios ou através de eventos e doações. O dinheiro arrecadado serve para o pagamento de consultas e exames. A coordenadora conta com o apoio também de médicos e um advogado.
“Em 2026, com a ONG legalizada esperamos buscar recursos para ampliar e abrir nossos braços para mais mulheres. Hoje, a gente está limitado pelo caixa que, quando está zerando, não temos como ajudar na parte financeira. Espero que a gente não veja mulheres morrendo por falta de tratamento e medicamentos”, ressaltou.
Francismeire Lopes da Silva , de 38 anos, faz parte do projeto. Ela foi diagnosticada com câncer de mama, fez o tratamento e agora se recupera em uma situação bem diferente. “O grupo significa para mim uma ajuda e um apoio muito importante. Temos encontros onde podemos conversar tirar duvidas e acolher uma a outra. Hoje posso ajudar outras mulheres a passar pela doenca com um pouco mais de leveza”, refletiu.
No início do mês as “Mulheres Rosas” participaram de uma caminhada no Parque Cidade. O evento teve a participação de mulheres em tratamento, apoiadores da causa e médicos para lembrar o Outubro Rosa, campanha de conscientização que tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e mais recentemente sobre o câncer de colo do útero.
No Brasil, as campanhas de conscientização sobre o câncer de mama acontecem desde 2002, mas foram instituídas por lei federal apenas em 2018. E, a partir de 2011, ocorrem campanhas sobre o câncer de colo do útero em diversos estados.




