A Câmara Municipal de Piracicaba suspendeu oficialmente a função pública do vereador Cássio Luiz Barbosa (PL), conhecido como Cássio Fala Pira, conforme determinação da Justiça. A decisão, assinada pela juíza Ana Cláudia Madeira de Oliveira, impõe a suspensão do exercício do cargo com base no artigo 319, inciso VI, do Código de Processo Penal.
O parlamentar foi preso preventivamente na última quinta-feira (9) após ser denunciado por supostos crimes sexuais. Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, as investigações buscam apurar a conduta de Cássio com base nos relatos de pelo menos dez mulheres. A defesa do vereador nega as acusações e afirma que apresentará provas de sua inocência.
A Câmara informou que a suspensão judicial tem prazo indeterminado e é distinta da licença de 120 dias aprovada pelo plenário a pedido do próprio vereador no dia da prisão. Como o afastamento ainda não ultrapassou esse prazo, não há previsão imediata para convocação do suplente.
Em nota, o Legislativo reiterou que presta total apoio às autoridades e que todas as medidas regimentais cabíveis estão sendo analisadas. Uma denúncia formal contra o vereador também foi recebida pela Casa e será encaminhada à Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.
Investigação envolve relatos de abuso sexual e intimidação
As denúncias contra Cássio Fala Pira incluem toques sem consentimento, intimidações e promessas de ajuda social em troca de favores sexuais. Segundo os relatos, os episódios ocorreram em seu gabinete na Câmara e em outros locais ligados ao mandato.
A Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão em imóveis do vereador, incluindo sua residência e um escritório político. Foram apreendidos computadores e celulares que serão periciados. Após a prisão, o vereador foi transferido para a penitenciária de Tremembé, onde permanece à disposição da Justiça.
O Diretório Municipal do PL em Piracicaba reconheceu a gravidade das denúncias e informou que poderá abrir processo disciplinar interno. Já a defesa do parlamentar afirma que as acusações são infundadas e que há motivação política por trás do caso.




