A falta de combustível em diversos postos devido a greve dos caminhoneiros que se estende pelo terceiro dia em todo o país, levou os limeirenses a enfrentarem longas filas na noite desta quarta-feira (23).
No final da tarde começou a faltar combustível em alguns postos como reflexo do protesto, como foi mostrado em primeira mão aqui no Rápido no Ar. A falta do produto fez com que alguns postos fechassem mais cedo e dispensassem os funcionários.
Em conversa com alguns funcionários de postos, eles relataram que estavam trabalhando com o restante do estoque e que os pedidos que foram feitos nos dias anteriores se quer havia deixado as refinarias.
Segundo um outro funcionário, não há previsão para entregas e o combustível que há nas bombas deve ser suficiente para seguir com as vendas até o meio da tarde desta quinta-feira, caso o movimento não aumentasse muito.
Como alguns postos da cidade já fecharam, o movimento nas bombas aumentava nos que ainda tinham estoque. Um funcionário do estabelecimento acredita que o combustível das bombas será suficiente até a noite desta quarta-feira.
Segundo ele, não houve aumento no preço devido a escassez do produto nas bombas de combustível.
OUTRAS CIDADES
Em Santa Bárbara e Americana, leitores do Rápido no Ar relataram que filas haviam começado a se formar nos postos da cidade.
Outras cidades da região começam a ficar sem combustível nas bombas. A cidade de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, viveu um dia de caos em razão da falta de combustíveis nos postos.
Por volta das 18h, diversos postos colocavam cones na entrada para dizer que os combustíveis haviam acabado. Pessoas andavam nas ruas com galões, na esperança de encontrar combustível, mas, sem sucesso
Em Pindamonhangaba, um posto na rua Japão também ficou sem gasolina comum e subiu o preço da aditivada, vendida a R$ 4,67.
Também havia postos sem gasolina em Taubaté.
TRANSPORTE PÚBLICO
Apesar de já estar faltando combustível nos postos, o transporte coletivo de Limeira irá circular normalmente nesta quinta-feira (24). Já que os ônibus abastecem na garagem e o estoque é suficiente para abastecer 100% da frota amanhã, mas não tem garantia que o combustível seja suficiente para os demais dias.
Já na capital paulista, apenas 40% dos coletivos circularão amanhã. A prefeitura também suspendeu o rodízio de veículos.
Em Jacareí, a empresa Jacareí Transporte Urbano (JTU), responsável pelo transporte coletivo na cidade, reduziu o número de veículos em circulação, desde a madrugada desta quarta-feira, 23, prevendo a falta de combustível. A empresa tem posto de combustível próprio, mas está sem receber diesel para repor o estoque.
Os caminhões que transportavam o produto aderiram ao protesto e estão parados às margens da Via Dutra. A empresa adotou a tabela de viagens usada no domingo, quando o número de passageiros é menor.
A redução de até 40% no número de viagens levou à formação de filas em pontos de embarque, nos bairros Nova Jacareí, Vila Garcia e Parque Meia Lua, onde a demanda é alta.
Em nota, a empresa informou que considera a situação grave e a medida visa a minimizar os efeitos do desabastecimento de combustíveis.
A GREVE CONTINUA
Entidade que coordena a manifestação que tem interrompido o transporte rodoviário no Brasil, a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou que a manifestação dos motoristas continua mesmo após o anúncio da Petrobras de redução do preço do diesel em 10% e a manutenção desses preços por 15 dias.
Segundo a entidade, não houve tempo suficiente para que as lideranças do movimento deliberassem com todos os grupos que se manifestam pelo Brasil após a decisão da Petrobras. O anúncio da estatal ocorreu no início da noite desta quarta no Rio de Janeiro.
A Abcam tem cerca de 600 mil caminhoneiros associados – mais da metade do 1 milhão de motoristas autônomos que trabalham no Brasil. Por causa dessa grande capilaridade e da reunião programada com o governo para a tarde desta quinta-feira, 24, no Palácio do Planalto para tratar do tema, a paralisação deve continuar normalmente.
Imagens: Veloz