A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Limeira se reuniu nesta quinta-feira (27) com o secretário de Saúde, Alexandre Ferrari, para tratar de pendências financeiras, falta de medicamentos e a fila de espera por cirurgias eletivas na cidade. Também participou do encontro o superintendente do Consórcio Intermunicipal de Saúde (Cismetro Limeira), Messias Humberto de Oliveira.
Entre os principais temas abordados, destacaram-se a dívida de R$ 3,5 milhões da Prefeitura com o Cismetro, o represamento de cirurgias eletivas, a necessidade de ampliação dos atendimentos ortopédicos e a falta de medicamentos nas unidades de saúde.
Fila de cirurgias: espera chega a dois anos para alguns procedimentos
Atualmente, Limeira realiza cerca de 400 cirurgias eletivas por mês, mas a alta demanda tem gerado longas esperas, principalmente na ortopedia, oftalmologia e ginecologia. Segundo o secretário de Saúde, alguns pacientes chegam a esperar até dois anos por procedimentos ortopédicos, devido ao alto custo e ao grande número de emergências que sobrecarregam o sistema.
Para reduzir a espera, a Prefeitura busca viabilizar a realização de cirurgias ortopédicas de média complexidade no Hospital Humanitária, utilizando um recurso já disponível de R$ 400 mil. No entanto, a administração do hospital precisa apresentar um cronograma até o dia 28 de fevereiro, caso contrário, a verba será devolvida ao Estado.
O presidente da Câmara, Everton Ferreira (PSD), sugeriu expandir as cirurgias para outros hospitais, já que hoje os atendimentos ortopédicos são concentrados exclusivamente na Santa Casa.
Falta de medicamentos: previsão de normalização até março
O vereador Zé da Farmácia (Solidariedade) questionou o secretário sobre a falta de medicamentos de uso contínuo. Ferrari admitiu que a situação ainda não foi resolvida, mas garantiu que a regularização deve ocorrer até a primeira quinzena de março.
Segundo o secretário, a compra de medicamentos sofreu impactos com o aumento dos preços pós-pandemia. No último ano, a Prefeitura realizou apenas duas grandes compras, quando o ideal seriam três.
Uma boa notícia é que o Governo Federal incorporará 11 medicamentos ao programa Farmácia Popular, o que permitirá a realocação de quase 1 milhão de unidades de medicamentos para outras demandas da rede municipal.
Dívidas da Prefeitura com o Cismetro
A Prefeitura de Limeira ainda deve R$ 3,5 milhões ao Cismetro, referentes aos meses de novembro e dezembro de 2024. Segundo Alexandre Ferrari, a administração municipal pretende quitar essa dívida até o primeiro semestre de 2025, mas o prazo exato dependerá da arrecadação do município.
O Cismetro é responsável pela contratação de médicos e outros profissionais de saúde para atendimento em UBSs, UPAs e demais unidades da rede pública. Apesar da dívida, o secretário garantiu que nenhum médico deixou de atender os pacientes.
Próximos passos
A Comissão de Saúde continuará acompanhando as medidas adotadas pela Prefeitura para reduzir as filas de cirurgias e regularizar o fornecimento de medicamentos. A expectativa é que, nos próximos meses, a expansão dos atendimentos ortopédicos e o ajuste no abastecimento de remédios tragam melhorias significativas para a população.