Sabe quando uma equipe não precisa se esforçar para vencer um jogo? Assim foi o Palmeiras, que não teve nenhum trabalho para derrotar a Internacional por 3 a 0, no Limeirão, pela 9ª rodada do Paulistão.
Para se ter uma base, o goleiro Weverton não fez nenhuma defesa em 90 minutos. O arqueiro da Seleção Brasileira presenteou o segurança Bueno, da Inter, que é palmeirense.
Infelizmente, a diretoria leonina errou nas contratações ofensivas. Nem o bom empate sem gols diante do São Paulo, em Brasília e a estreia de Márcio Fernandes, fizeram a Inter ter uma postura diferente contra o Verdão.
A continuar assim, a Série A-2 é logo ali. A Inter completou 11 jogos sem vitória, sendo dois pela Série D e nove pelo Paulistão. São quatro derrotas e sete empates.
Foi uma vitória merecida e incontestável do Verdão, que estava sem o seu comandante. Suspenso pelo terceiro cartão amarelo, o português Abel Ferreira nem viajou para Limeira. Curioso é que no camarote do Verdão tinha um clone, que chamou a atenção da torcida.
A Inter entrou em campo novamente no 3-5-2. Não é o esquema que Márcio Fernandes costuma usar, mas em razão da Inter adotá-lo durante todo o campeonato, o novo treinador achou melhor não arriscar, ainda mais contra o Palmeiras.
Mesmo liberado pelo departamento médico, Gui Mariano foi preterido pelo treinador, que optou pela permanência de Carlão. Ambos trabalharam juntos no Paysandu. Já Roberto Rosa estava de volta de suspensão, mas como estava pendurado, foi preservado para jogar em Rio Claro.
Alex Sandro ganhou mais uma oportunidade no ataque e decepcionou novamente. A paciência do torcedor com o centroavante se esgotou. Ele foi vaiado ao ser substituído.
A verdade é uma só. Parece que a Inter só tem defesa e meio de campo. O ataque leonino não oferece perigo a ninguém. Se Albano não estiver inspirado, o resultado positivo não vem.
Com Estevão no banco de reservas, o atual tricampeão paulista contou com uma noite inspirada de Facundo Torres. O uruguaio estava “imparável”, criando as melhores chances. Em duas finalizações quase marcou. A primeira raspou a trave e a segunda foi muito bem defendida por Igo Gabriel.
Pensando no clássico contra o São Paulo, o Palmeiras só preservou o volante Aníbal Moreno, que estava pendurado. O uruguaio Emiliano Martínez começou como titular e mostrou um bom futebol.
Enquanto isso, nem parecia que o árbitro Matheus Delgado Candançam era do quadro da FIFA. Uma partida nitidamente tendenciosa em favor do Palmeiras, principalmente nos critérios de faltas marcadas. Talvez tenha sido sua pior atuação nos últimos dois anos. O time grande não precisava disso.
A Inter perdeu no começo do jogo o lateral-direito Felipe Albuquerque, com um estiramento muscular. JP Galvão entrou em seu lugar.
O Verdão precisou de 16 minutos para abrir o placar. No lançamento longo de Gustavo Gómez da defesa, Carlão trombou com Flaco López e a bola sobrou livre para Maurício. O meia viu o goleiro adiantado e deu um lindo toque por cobertura para fazer 1 a 0.
A Inter não criava e era facilmente envolvida pelo Palmeiras. Aos 44 minutos, após escanteio cobrado por Raphael Veiga na esquerda, Flaco López subiu entre os zagueiros e cabeceou com estilo para fazer 2 a 0.
A Inter só tinha um jogador inspirado: Rhuan. Mas, “uma andorinha só, não faz verão”, como diz o ditado popular.
Márcio Fernandes voltou para a etapa complementar no 4-4-2. Sendo assim, sacou o zagueiro Alysson Dutra, que estava amarelado, para a entrada do centroavante Rafael Silva. Também tirou Bernardo, mal no jogo, para a entrada de Flávio.
O segundo tempo foi da mesma forma. A Inter melhorou um pouco e deu uma pequena esperança ao torcedor. Rhuan disputou uma bola na área e caiu. Todos pediram pênalti, mas para o VAR, ele chutou a perna de Piquerez. Nada marcado. Aliás, como joga esse lateral uruguaio.
Quando a Inter se aproximava do primeiro gol para, enfim, colocar “fogo” no jogo, o Palmeiras teve uma falta pela esquerda aos 21 minutos. Raphael Veiga levantou na medida para o gol de cabeça de Gustavo Gómez, que nem precisou sair do chão: 3 a 0. Incrível como ninguém da defesa alvinegra marcou o paraguaio. Que facilidade.
Fernandes ainda tentou um gol com as entradas de Pablo Diogo e Estevão, mas quem incendiou os minutos finais foi Estevão, do Palmeiras. O menino realmente é diferenciado. Criou tanto, tanto, tanto, que até merecia um gol.
Final, 3 a 0. Foi a primeira vez que o Palmeiras venceu a Inter, no Limeirão, desde a volta da equipe limeirense à divisão de elite em 2020. Os últimos dois confrontos terminaram sem gols: 2020, com Elano Blumer e 2022, com Vinícius Bergantin.
Com essa terceira derrota em nove jogos, a Inter virou lanterna do Paulistão, com seis pontos. Velo Clube e Água Santa também tem seis, mas ambos têm uma vitória, que é o primeiro critério de desempate.
Curiosamente, a Inter enfrentará na sequência esses dois adversários, e ambos fora de casa: domingo em Rio Claro e quarta-feira em Diadema. Dependendo do desempenho, o Leão poderá estar rebaixado na última rodada contra o Santos, de Neymar, no Limeirão.
Já o Palmeiras chegou aos 16 pontos e segue na briga pela classificação no Grupo C. Verdão está em terceiro lugar, atrás de São Bernardo, com 19 e Ponte Preta com 18.
No domingo, faz o choque-rei contra o São Paulo, às 18h30, no Allianz Parque. Tricolor não vence há três jogos, com uma derrota em Bragança Paulista por 1 a 0 e dois empates em Brasília, contra Inter (0 x 0) e Velo Clube (3 x 3).
Internacional 0 x 3 Palmeiras
Gols – Maurício aos 16 e Flaco López aos 44 minutos do primeiro tempo; Gustavo Gómez aos 21 minutos do segundo tempo (PAL).
Local – Limeirão
Árbitro – Matheus Delgado Candançan.
Público – 10.091 pagantes (11.491 presentes)
Renda – R$ 904 mil
Internacional – Igo Gabriel; Eduardo Porto, Carlão e Alysson Dutra (Rafael Silva); Felipe Albuquerque (JP Galvão), Marlon, Bernardo (Flávio), Albano (Estevão) e Leocovick; Rhuan e Alex Sandro (Pablo Diogo). Técnico – Márcio Fernandes.
Palmeiras – Weverton, Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Murilo e Piquerez (Vanderlan); Emiliano Martínez (Aníbal Moreno), Richard Ríos (Fabinho), Mauricio (Allan) e Raphael Veiga (Estêvão); Facundo Torres e Flaco López. Técnico – João Martins (auxiliar).
Ocorrências – cartões amarelos para Alysson Dutra, Eduardo Porto, Marlon e Rhuan (IN).