Um estudante da escola estadual Professor José Ferraz Sampaio Penteado, no Jardim Novo Horizonte, em Limeira (SP), ficou com diversos hematomas nas pernas após ser agredido por outro estudante, que não é da mesma série que ele, só porque se recusou a deixar o agressor passar maquiagem em seu rosto.
O caso foi parar na polícia depois que a mãe da vítima assistiu às imagens gravadas pelo sistema de monitoramento da sala de aula e que mostram seu filho levando, pelo menos, 20 socos. O que mais deixou a mãe da vítima indignada e a levou, inclusive, a registrar ocorrência na polícia, foi que o espancamento aconteceu na frente da professora que, de acordo com a denúncia, não fez nada para impedir.
De acordo com o que apurou a mãe, e a princípio, ao que ela viu as marcas, o filho disse que havia caído. Depois, um amigo do seu filho foi em sua casa e falou que ele havia apanhado. Ao se inteirar dos fatos, ela soube que o autor queria passar maquiagem em seu filho e este negou.
Diante da insistência a vítima, que tem deficiência intelectual leve, derrubou o estojo da mão do agressor. Foi quando começaram as agressões.
Após isso, segundo a mulher, o autor, que é do 8º ano, permaneceu em sala de aula perturbando os outros alunos, jogando objetos para o alto e até mesmo agarrou um deles pelo pescoço.
O nome do autor, de acordo com ela, foi passado pelo diretor da escola, mas este se recusou a lhe fornecer maiores informações. Quanto ao vídeo, segundo a mulher, a direção não quis disponibilizar a cópia.
A mãe reclama que seu filho sofre discriminação na escola, por conta de sua deficiência, mas nunca imaginou que chegasse a esse extremo.
A Reportagem enviou e-mail para a Secretaria de Estado da Educação e até o momento não obteve resposta. Tão logo haja uma posição será divulgado.
PROVIDÊNCIAS
A Diretoria de Ensino de Limeira informou, por meio de nota, que lamenta o ocorrido e repudia qualquer forma de violência dentro e fora da escola. Assim que a situação foi comunicada, de acordo com a Secretaria de Estado da Educação, a equipe de gestão acionou os responsáveis pelos alunos para mediação e encaminhou o caso para o Conselho Tutelar.
Consta, ainda, que a professora foi formalmente notificada e reorientada sobre a mediação de conflitos em sala de aula. Um profissional do programa Psicólogos nas Escolas está à disposição dos estudantes e a equipe local do Programa de Melhoria da Convivência e Proteção Escolar acompanha o caso, atuando com ações para conscientização sobre a cultura de paz e combate ao bullying e racismo.