Uma operação da Polícia Civil deflagrada nesta terça-feira (26) tem como alvo uma quadrilha especializada no “golpe do falso frete” e lavagem de dinheiro, com atuação nos estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Foram expedidos 11 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão, mobilizando cerca de 150 policiais.
Entre os investigados estão duas advogadas de Assis (SP), apontadas como colaboradoras no esquema de lavagem de dinheiro. A quadrilha é acusada de cadastrar caminhoneiros em plataformas online de frete, roubar cargas de grãos, e simular boletins de ocorrência falsos para justificar os desvios. As mercadorias eram posteriormente destinadas a empresas receptadoras.
Esquema milionário
A investigação teve início em junho de 2023, em Iepê (SP), após duas cargas de soja, totalizando 38 toneladas, desaparecerem durante o transporte contratado por uma empresa local. Ao longo do período investigado, o grupo realizou ao menos 40 desvios de cargas de grãos, gerando prejuízo de aproximadamente R$ 10 milhões às vítimas.
Os criminosos contavam com a colaboração de ao menos dez motoristas, que utilizavam caminhões dos líderes do esquema. A quadrilha também tinha ligação com quatro empresas de grãos, todas localizadas no estado de São Paulo, que agora são investigadas por receptação.
Cidades-alvo da operação
As diligências estão concentradas em municípios como Assis e Iepê, mas também abrangem localidades como Santo André, Araras, Cruzália, Itapetininga e Borborema, além da capital paulista. Outras cidades em Mato Grosso do Sul e Paraná também integram a operação.
Esta é a segunda fase da “Operação Falsus”. Na primeira, realizada em março, seis pessoas foram condenadas pela Justiça em primeira instância.
Os 19 investigados enfrentam acusações de furto qualificado pela fraude, uso de documentos falsos, lavagem de dinheiro e organização criminosa. As diligências seguem em andamento para a coleta de provas e apreensão de bens relacionados ao esquema.
A Polícia Civil espera que a operação desmantele o núcleo financeiro do grupo e as redes de receptação envolvidas no golpe.