O estado de São Paulo estruturou uma rede de reabilitação para animais silvestres vítimas dos incêndios florestais que atingem o interior nos últimos dias. Espécies como cobras, tamanduás-bandeira, tatus, macacos-prego e gambás estão sendo resgatadas e tratadas em centros especializados. Até o momento, 26 unidades integradas estão em alerta para atender animais atingidos, muitos dos quais foram feridos ou atropelados enquanto tentavam escapar das chamas.
Rede de resgate e tratamento
A rede, coordenada pelo Departamento de Fauna Silvestre do Estado, faz parte de um esforço do gabinete de crise criado pelo governo para combater os incêndios e mitigar seus impactos na fauna. Em quatro municípios, 47 animais já foram atendidos, com 31 em recuperação. Um dos casos mais graves é o de uma tamanduá-bandeira, batizada de Vitória, resgatada com queimaduras de terceiro grau nas patas e no focinho. Vitória, que está em extinção no Brasil, é monitorada 24 horas por dia devido ao estado crítico em que foi encontrada.
Os centros de triagem e reabilitação autorizados pelo estado estão mobilizados para acolher os animais. A unidade em Ribeirão Preto, por exemplo, recebeu 17 animais, oito dos quais não resistiram aos ferimentos, principalmente por complicações de queimaduras e insuficiência respiratória.
O que fazer ao encontrar um animal ferido
A diretora do Departamento de Fauna Silvestre, Isabella Saraiva, orienta que, ao encontrar um animal ferido ou debilitado, a população deve evitar manipulá-lo e contatar imediatamente a Polícia Militar Ambiental (190), Corpo de Bombeiros (193) ou Guarda Municipal para o resgate. Animais resgatados são levados a centros autorizados, como o Cetras, localizado no Parque Ecológico Tietê, que reabilitam as espécies para devolvê-las à natureza.