Em 2022 foram registrados, no Brasil, 1 milhão e 800 mil crimes de estelionatos. Deste total, um terço, ou seja, 600 mil foram no Estado de São Paulo – quase 1.000 golpes por município. Por conta deste número gritante, dois policiais civis – um de Piracicaba e outro de São Pedro – estão começando a ministrar palestras para exemplificar quais são os tipos de golpes mais aplicados atualmente.
Nesta quarta-feira (27), eles farão uma palestra promovida pelo Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), de Águas de São Pedro (SP), com início às 10h, no auditório do Spa Thermal, à Avenida Carlos Mauro, 213. A entrada é franca e o evento aberto à comunidade local e demais interessados.
Segundo Leandro Amorim, serão abordados os seguintes tipos de golpes: falso sequestro, nudes, falso leilão virtual, do intermediário na compra/venda de veículos pela internet, do amor (Don Juan), falso WhatsApp, sites falsos, bilhetes premiados, entre outros.
“O falso sequestro é mais conhecido da população, mas existem outros que são muito praticados, entre eles o do bilhete premiado que tem uma roupagem diferente da década de 90 que costumava ser bastante aplicado no Terminal Rodoviário do Tietê, As vítimas eram, principalmente, pessoas que chegavam do Norte/Nordeste para tentarem a vida na cidade grande. Elas vinham com recursos resultantes de vendas de suas propriedades, ou animais, pretendiam alugar uma casa até conseguir um emprego e estabilizar-se. No fim, perdiam tudo”, declarou.
“Hoje em dia, este crime é muito mais elaborado e envolve até investimentos por parte dos golpistas como, por exemplo, aluguel de carros bons para mostrar à vítima que eles (estelionatários), são pessoas esclarecidas. A última pessoa que tive contato fez um empréstimo de R$ 100 mil”, destacou.
Leandro diz que há golpes para atingir todos os tipos de público e os golpistas se valem de uma coisa que os policiais chamam de “engenharia social”. “Elez estudam um determinado contexto de negócio, identificam quem tem vulnerabilidade e criam um golpe dentro disso. É o caso das compras de veículos pela internet, onde o falso intermediário explora justamente a questão do homem que, antes de comprar um veículo, tem a necessidade de vê-lo e dirigi-lo. O estelionatário se vale disso para aplicar o golpe”.
Quanto ao golpe do sequestro, de acordo com o investigador, o público alvo são os idosos e quem tem telefone fixo. “Os criminosos procuram telefones fixos, cujos números são encontrados nos sites das operadoras, escolhem determinado telefone e ligam aplicando o golpe”, observou.
SERVIÇOS – Empresas ou outros departamentos que estejam interessados na palestra podem fazer contato com os policiais pelos e-mails: [email protected] ou [email protected].