Na noite de quinta-feira (31), a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo foi palco de uma audiência pública que abordou o polêmico tema do transporte de animais vivos em navios pelo Porto de São Sebastião. Ativistas da causa animal, moradores locais e parlamentares discutiram os impactos econômicos, ambientais e os maus tratos sofridos pelos animais.
A prática, que tem gerado controvérsias, foi colocada em pauta por ativistas e moradores preocupados com os danos à economia local e ao meio ambiente, além da crueldade infligida aos animais transportados. O deputado Carlos Giannazi (PSOL), organizador da audiência, relembrou a luta contra o agronegócio e grandes grupos econômicos em 2018.
Impactos Econômicos e Ambientais:
O Porto de São Sebastião, apesar de sua relevância econômica, possui limitações estruturais que preocupam os ativistas. Com apenas um berço de atracação para grandes embarcações, o transporte de animais vivos representa riscos significativos para a economia local e do estado. Dados apresentados indicam que navios destinados a esse tipo de transporte têm chances maiores de naufrágio, muitas vezes por serem embarcações mais antigas e adaptadas de forma irregular para o transporte de animais.
Um incidente em 2015 no Porto de Vila do Conde, Pará, ilustra esses riscos. Um navio carregando 5 mil bois naufragou, causando prejuízos de 200 milhões e interditando um dos berços do porto até hoje. Cristina Conceição, diretora-executiva da Mercy for Animals, alertou sobre os riscos de um naufrágio semelhante em São Sebastião, que poderia paralisar as atividades portuárias.
Crueldade Animal:
Além dos impactos econômicos e ambientais, a audiência também abordou a crueldade sofrida pelos animais. Condições precárias de transporte, espaços confinados e temperaturas elevadas são apenas alguns dos desafios enfrentados pelos animais. Cristina Conceição destacou a dura realidade desses animais, desde o transporte terrestre até a viagem marítima.
Encaminhamentos:
A audiência teve como objetivo principal sensibilizar a sociedade e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado. A resposta da Secretaria, que considerou que a exportação de animais vivos não a afeta diretamente, gerou críticas. Em resposta, o deputado Carlos Giannazi planeja convocar a secretária Natália Resende para prestar esclarecimentos.