Um homem, de 49 anos, morreu após salvar um adolescente em uma praia em Itanhaém, no litoral de São Paulo. Amigos da vítima, que era catadora de recicláveis, publicaram a história nas redes sociais com o intuito de localizar a família, que o homem não via há cerca de 20 anos.Após salvar a vida de um adolescente que se afogava na Praia dos Sonhos, Marcelo de Jesus foi arrastado pela correnteza e morreu afogado em 25 de abril. O corpo só foi sepultado nesta quarta-feira (4) porque o Instituto Médico Legal (IML) aguardava algum familiar reconhecer a vítima para liberar o corpo.
“O IML realiza a necropsia e o corpo é liberado para os familiares imediatamente, mas a família tem que comparecer para retirar o corpo. Foi localizado um familiar e avisado para fazer o reconhecimento, mas ninguém compareceu”, disse o órgão, em nota.
De acordo com o Instituto, como nenhum parente compareceu para liberar o corpo, foram adotadas as “medidas necessárias” para dar sequência aos trâmites burocráticos. O IML explica ter notificado as autoridades e o Serviço Social para dar dignidade ao atendimento e sepultamento da vítima, que é realizado, neste caso, pelo serviço funerário municipal”, afirma em nota.
Amigos da vítima relataram que o homem era muito trabalhador, que ele pegava reciclagem na rua, vendia latinha e era ajudante de pedreira.
Após o sepultamento, realizado por poucos amigos, o caso foi publicado nas redes sociais e familiares da vítima foram localizados, entre eles, a mãe de Marcelo e irmãs dele.
Em entrevista ao G1, uma das irmãs afirmou que só soube da morte de Marcelo na última quarta-feira (4), através das redes sociais e que veio a Itanhaém junto com dois sobrinhos e a mãe do homem.
“Vamos até o cemitério e depois tentar encontrar as pessoas com quem ele convivia. É complicado, dolorido, mas temos que enfrentar. Não sei como ele viveu durante os anos que estava longe. Sinto culpa por não ter dedicado mais tempo para encontrá-lo. A vida que foi nos afastando”, desabafou.