Os preços dos remédios devem ficar mais caros a partir desta sexta-feira, 1º de abril, quando entra em vigor, a autorização para reajuste dos medicamentos pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (DMED).De acordo com uma análise do Citi, a alta deve ser de mais de 10%. O percentual autorizado para o reajuste deve ser divulgado oficialmente nos próximos dias.
O reajuste anual dos preços de medicamentos é definido considerando a inflação, além de outros fatores do setor, de acordo com a legislação em vigor.
O Comitê Técnigo-Executivo da CMED decidiu, no início de 2022, definir em zero dois fatores que compõe a fórmula do reajuste dos preços dos remédios para este ano: o fator de produtividade (Fator X) e o fator de ajuste de preços relativos intrassetor (Fator Z).
Por meio do CMED, órgão vinculado à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o governo controla o reajuste de preços de medicamentos periodicamente – estabelecendo o aumento máximo que esses produtos podem atingir no mercado brasileiro.
Como o reajuste é calculado?
O reajuste considera o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), que mede a inflação oficial do país, e mais três fatores, batizados de X, Y e Z.
IPCA: inflação oficial do país acumulada de março de 2021 a fevereiro de 2022;
Fator X: mede o nível de produtividade do setor farmacêutico;
Fator Y: tem como objetivo medir os impactos de itens que estão fora do IPCA;
Fator Z: existem três níveis (1, 2 ou 3), definidos com base na concorrência do mercado. Se um remédio é vendido por apenas uma empresa, por exemplo, o reajuste vai entrar no nível 3, que é mais baixo. Porém, se vários laboratórios fabricam o medicamento, com mais concorrência, o reajuste é o maior de todos (nível 1).
COMO ECONOMIZAR
O reajuste deve pesar no bolso de muita gente, mas segundo a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), há algumas formas de economizar.
A primeira delas é pesquisar o preço dos remédios em mais de uma farmácia. Outra maneira é através de descontos oferecidos por planos de saúde, por programas de fidelidade oferecidos pelas farmácias ou pelos laboratórios que produzem os remédios.
Uma boa saída para economizar é dar preferência para remédios genéricos. Entretanto, vale lembrar que nesse caso é necessário consultar um médico para que ele faça a prescrição com base no princípio ativo do medicamento.
Também existem remédios cadastrados no programa “Farmácia Popular”, com até 90% de desconto.
Além disso, hoje é possível encontrar medicamentos para doenças crônicas de forma gratuita. O benefício não é exclusivo para quem é usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), mas para aqueles que têm receita.
Para pedir os medicamentos, a pessoa precisa ir até uma farmácia que possui o logo “Aqui tem farmácia popular” ou em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) que tenha o serviço. Basta apresentar a receita médica e um documento com foto.