A Rede Mário Gatti e a Secretaria de estão organizando uma fila única para a realização de cirurgias eletivas, aquelas que são programadas, para atender a demanda que ficou reprimida durante o período da pandemia. A proposta é ter uma fila visível, até o final do ano, para que os pacientes que esperam por um procedimento saibam em que posição estão.
A informação foi dada nesta quarta-feira (15), pelo secretário de Saúde, Lair Zambon, e pelo presidente da Rede Mario Gatti, Sérgio Bisogni, em audiência pública da Comissão de Saúde da Câmara Municipal.
O tamanho real da fila de espera é desconhecido, por isso a área da saúde está entrando em contato com os pacientes para esse levantamento. Há pessoas inscritas em várias listas, outras em que o procedimento que era eletivo acabou se tornando de urgência pela demora e já foram operadas.
O secretário Lair Zambon informou que a expectativa é de que, em 30 dias, o projeto da fila única esteja pronto, incluindo a Rede e os hospitais conveniados, para definir as metas de atendimento. Também participou da reunião a diretora do Devisa, Andrea von Zuben.
Segundo Bisogni, embora as eletivas tenham sido suspensas durante a pandemia para garantir leitos necessários aos pacientes com Covid, elas não deixaram ser feitas na Rede dentro de um critério de priorização das oncológicas e das inadiáveis.
Ele informou que de janeiro até agora, o Hospital Mário Gatti realizou 967 eletivas, 1.374 de urgência e 100 de emergência, num total de 2.441 cirurgias. Já o Hospital Ouro Verde totalizou 2.811 cirurgias, numa média mensal de 351, mantendo uma proporção de 40% de eletivas e 60% de urgência.
De fevereiro a julho, afirmou, cinco salas cirúrgicas estavam em funcionamento. Em agosto, funcionaram cinco salas três vezes por semana, e seis duas vezes por semana. E e a partir de outubro, as salas passam a funcionar com carga plena. Para reforçar as equipes, estão sendo contratados três neurologistas e seis anestesistas.
Uma das UTI Covid do Hospital Ouro Verde, que foi montada dentro da área de cirurgia ambulatorial, será desativada para voltar ao atendimento original, com cirurgias nas especialidades de otorrino e oftalmologia. Com isso, salas do centro cirúrgico serão liberadas para o atendimento da demanda reprimida.
No Hospital Mário Gatti foram desativados 30 leitos de UTI Covid e o espaço está sendo transformado em enfermaria para dar suporte às clínicas cirúrgicas. Na próxima semana, oito leitos de enfermaria começam a funcionar para atender pacientes em esquema de hospital dia, ou seja, que não precisam ficar hospitalizados após o procedimento.
Mutirões cirúrgicos estão sendo organizados para atender àqueles que estão esperando pela operação, e existe a possibilidade de que uma dessas iniciativas ocorra em outubro, durante o feriado prolongado de quatro dias. Bisogni informou que, nas últimas semanas, já foram feitos mutirões na área pediátrica e de cabeça e pescoço, em dois sábados, uma para cada especialidade. O próximo mutirão será para cirurgias ortopédicas e, em novembro, para urologia. “Estamos nos organizando para que os mutirões ocorram no Ouro Verde e no Mário Gatti”, informou.